Câmbio deve ficar mais estável no próximo ano
Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, e Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting, acreditam que o câmbio deve estar mais próximo de R$ 5 ao final de 2025
Dívida pública, câmbio desvalorizado e oportunidades em renda fixa foram temas centrais do Congresso Internacional da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), realizado nesta terça-feira (15) no Hotel Unique, em São Paulo. Durante o evento, especialistas discutiram as perspectivas econômicas para o Brasil e como fatores internos e externos que influenciam as decisões dos investidores em um cenário de incertezas.
Segundo Betina Roxo, vice-presidente da Redoma Capital, a atratividade dos investimentos em renda fixa se destaca no cenário atual. Ela ressaltou a necessidade de cautela para avaliar os riscos no Brasil, afirmando que, embora haja incertezas, o país ainda está longe de enfrentar uma crise semelhante à da Venezuela, como algumas especulações sugerem. “É um momento que exige prudência, mas ainda há boas oportunidades para investidores, especialmente em ativos de renda fixa”, afirma.
Para Fernando Honorato, a desvalorização do real e o aumento da dívida pública ainda geram preocupação entre os investidores na relação com os ativos locais. “A incerteza leva os investidores a buscar ativos mais seguros em regiões economicamente mais benéficas”, explica.
Honorato também reforça que a desvalorização cambial pressionou o governo a reconsiderar algumas políticas, devido à necessidade de manter a âncora fiscal. O economista projeta que o câmbio deve ficar mais próximo de R$ 5 do que de R$ 6 até as eleições municipais de 2024. “Quem deseja vencer as eleições de 2026 precisará apresentar contas públicas em ordem”, completa
Por fim, Roxo afirma que muitos investidores ainda têm dúvidas sobre como diversificar seus investimentos no exterior ou se devem comprar dólares para viagens. A vice-presidente da Redoma Capital acredita que investir no exterior não deve ser encarado como uma busca por grandes lucros, mas como uma forma de diversificação. “Quando você investe fora, está apostando parte do seu patrimônio em uma moeda forte, o que é uma forma de proteção”, finaliza.


