Brasileiros já pagaram R$ 3 trilhões em impostos
A marca foi registrada 54 dias mais cedo do que no ano passado
O Impostômetro, painel localizado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no Centro Histórico da capital paulista, alcançou a marca de R$ 3 trilhões, às 08h50, desta sexta-feira (01/11). Esse valor representa o total de impostos, taxas e contribuições pagos pelos contribuintes brasileiros aos governos federal, estadual e municipal desde o início do ano, incluindo multas, juros e correção monetária.
Em comparação com o mesmo período do ano passado a marca foi registrada com 54 dias de antecedência. Na ocasião, o Impostômetro havia apontado R$ 2,5 trilhões, ou seja, um crescimento de 20% para este ano. “Para nós, já era esperado atingir os 3 trilhões antecipados, batendo mais um recorde, 54 dias antes do que ocorreu no ano passado. Isso nos traz, de um lado, alegria pelo volume representado, mas, por outro, tristeza, pois essa arrecadação deveria beneficiar a população, o que, infelizmente, não está acontecendo,” afirma o presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, acrescentando que isso se deve não apenas à falta de obras, mas também à escassez de programas de atendimento.
“Grande parte do PIB está comprometida com custeio e precisamos de mais investimentos. Infelizmente, a faixa destinada a isso é muito pequena,” completou, Ordine.
“Nosso sistema tributário incide majoritariamente sobre o consumo. Assim, à medida que os preços dos bens e serviços aumentam, a arrecadação também cresce. Além disso, o crescimento da atividade econômica impacta positivamente a arrecadação. Caso esses fatores continuem, sempre anteciparemos esses resultados de R$ 3 trilhões”, diz o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa.
O presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike, explica que esse aumento antecipado é proporcionado pela política do governo, que tomou várias medidas para recolher mais impostos e assim fazer frente à alta dos gastos públicos, como reintegração das alíquotas de PIS e Cofins dos combustíveis, elevação da CSLL sobre o lucro líquido dos bancos, revisão de incentivos fiscais de diversos setores e recomposição da alíquota do IPI em diversos itens.
“Arrecada-se bem, porém gasta-se mal, e a expectativa é que essa alta continue em 2025. Isso não quer dizer que a arrecadação esteja progredindo, mas que a realização de serviços e investimentos em melhorias para a população está regredindo”, explica Olenike.