Empresas industriais que contam com pelo menos um sócio criam mais empregos formais

Empresas industriais que contam com pelo menos um sócio criam mais empregos formais

Levantamento da CNI apresenta um retrato do empreendedorismo industrial no Brasil

Levantamento do Observatório Nacional da Indústria, hub de dados e inteligência da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), divulgado nesta quarta-feira (27), traz dados inéditos sobre o empreendedorismo na indústria brasileira e o perfil dos empresários do setor.

estudo aponta que, ao considerar a variação do nível de emprego formal entre os anos de 2022 e 2023, as empresas que contam com pelo menos um sócio classificado como novo líder, com idade entre 21 e 40 anos, tiveram um crescimento de 8,1%, enquanto as empresas que não possuem novos líderes no quadro de sócios cresceram 3% no mesmo período. O maior crescimento em empresas que contam com novas lideranças também é observado nos maiores setores industriais.

Os dados, apresentados pelo IEL no Encontro Nacional da Indústria (ENAI), mostram que os novos líderes já representam uma parcela relevante do total de empreendedores na indústria. Essas novas lideranças podem exercer um papel importante na promoção dos negócios na indústria, contribuindo para o fortalecimento do setor e produzindo um impacto social positivo por meio da criação de emprego e renda. No entanto, a transição da liderança na indústria representa um desafio para o futuro do setor.

O superintendente do IEL, Paulo Mol, destaca que o estudo é uma ferramenta essencial de inteligência para subsidiar ações voltadas para o fortalecimento do empreendedorismo no setor industrial. “Compreender o cenário do empreendedorismo é fundamental para apoiar o processo de transição das lideranças industriais para as novas gerações de empreendedores, garantindo a longevidade das empresas do setor”, afirma.

Crescimento do emprego formal nas empresas com e sem novos líderes, nos 10 setores industriais com maior número de trabalhadores

Fonte: Observatório Nacional da Indústria. Elaborado com dados da RFB e do MTE.

Nota: (1) A análise abrange somente entidades empresariais, que possuem pelo menos 1 trabalhador formal e que são lideradas por sócios pessoa física. (2) A indústria compreende a Indústria Extrativa, a Indústria de Transformação, os Serviços Industriais de Utilidade Pública e a Construção. (3) O total de trabalhadores corresponde a soma de vínculos formais da matriz e suas filiais.

Um em cada quatro líderes industriais têm idade entre 21 e 40 anos

O emprego industrial corresponde atualmente a 28,8% do emprego formal nas entidades empresariais analisadas no estudo. E, 27,9% do total de sócios do setor industrial tem entre 21 e 40 anos, o que indica uma presença significativa de lideranças mais jovens na indústria.

A maioria dos novos líderes está em setores de baixa ou média-baixa intensidade tecnológica, totalizando aproximadamente 124 mil novos líderes, 70,8% do total. Por outro lado, uma minoria de novos líderes está em empresas de alta ou média-alta intensidade tecnológica, com quase 24 mil sócios, ou 13,5% do total de novos líderes.

Desafio global

O mundo inteiro enfrenta uma significativa transição geracional. Este fenômeno marca o crescente protagonismo das novas gerações no mercado de trabalho e na condução dos negócios. Os baby boomers, aqueles nascidos até 1960, estão saindo do mercado de trabalho e deixando as posições de liderança dentro de empresas e organizações. Em seu lugar, as novas gerações, especialmente os millenials, nascidos entre 1981 e 1994, estão ocupando cada vez mais espaço.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que desde 2019 os millenials superam a geração de baby boomers entre os sócios de empresas industriais.

Fonte: Observatório Nacional da Indústria. Elaborado com base nos dados da PNAD/IBGE.

Nota: Baby Boomers engloba os nascidos até 1960, X engloba os nascidos entre 1961 e 1980, Millenials são os nascidos entre 1981 e 1994 e Z agrupa os nascidos entre 1995 e 2009. O cálculo é baseado no total de empregadores, com 21 anos ou mais, com CNPJ, em empresas com 6 ou mais funcionários. O segundo gráfico engloba empregadores nos setores de comércio, serviços e agropecuária. Considera os dados para o 2º trimestre de cada ano.

Metodologia do estudo

O relatório é baseado em uma análise sobre empresas brasileiras. Ele utiliza os dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), disponibilizado pela Receita Federal, e do Registro Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego, para mapear as empresas e seus sócios.

Com essas fontes foi construída uma base de sociedades que relaciona sócios e empresas. O processo de qualificação dos dados buscou selecionar somente empresas ativas, com pelo menos um trabalhador formal e caracterizadas como entidades empresariais de direito privado.

“Esses dados permitem construir um retrato do empreendedorismo no Brasil, contribuindo para a identificação de desafios e oportunidades na promoção da atividade econômica, especialmente para o setor industrial”, explica a especialista em Desenvolvimento Industrial do Observatório Nacional da Indústria e líder técnica do estudo, Anaely Machado.

Como resultado, obteve-se uma base com cerca de 2,1 milhões de empresas e 3,8 milhões de sócios, representando a atividade privada em diversos setores econômicos. Essa base abrange 34,8 milhões de empregos formais nos setores de indústria, comércio e serviços referente ao ano de 2023. Isso representa 78,3% do total de empregos formais na economia e 85,5% do setor industrial.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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