Produção industrial cai em 4 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE

Produção industrial cai em 4 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE

Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro tiveram as maiores quedas em outubro. Paraná teve alta de 3,7%

Na passagem de setembro para outubro, a produção industrial brasileira recuou 0,2%, com diminuição de ritmo em quatro dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. As maiores quedas foram registradas por Rio Grande do Sul (-1,4%) e Rio de Janeiro (-1,3%). Na comparação com outubro de 2023, a indústria avançou 5,8% e as taxas positivas foram verificadas em 16 dos 18 locais pesquisados. Já no acumulado em 12 meses houve alta de 3,0%, com 17 dos 18 locais analisados mostrando resultados positivos, enquanto o índice acumulado no ano teve expansão de 3,4%, com resultados positivos em todos os 18 locais observados. A indústria nacional está 2,6% acima do seu nível pré-pandemia. Os dados foram divulgados hoje (13) pelo IBGE.

“O desempenho negativo da indústria em outubro, após dois meses de crescimento quando acumulou ganho de 1,2%, está ligado a alguns fatores macroeconômicos. De um lado temos o efeito positivo gerado pelo aquecimento do mercado de trabalho, com expressiva redução do desemprego, e aumento das contratações e do rendimento médio, no consumo das famílias. Além de aumentar a renda familiar, isso beneficia a cadeia produtiva. Por outro lado, a taxa de juros em patamares elevados, encarecendo o crédito, impacta negativamente o consumo das famílias e, no lado da oferta, o investimento na produção industrial. A inflação também vem afetando o poder de compra, provocando redução da demanda e afetando o ritmo de produção da indústria”, explica Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.

O destaque de outubro em termos absolutos e segundo lugar em influência negativa, foi o mau desempenho da indústria gaúcha (-1,4%), eliminando parte do avanço de 2,0% registrado no mês anterior. Os setores de produtos do fumo; produtos químicos; e celulose, papel e produtos de papel foram os que mais contribuíram para esse resultado.

Já a maior influência negativa em outubro foi a indústria do Rio de Janeiro (-1,3%), que ocupou o segundo lugar no ranking de maiores recuos na produção industrial, marcando o segundo mês seguido de queda na produção. Nesse período, acumulou redução de 3,0%. Os principais responsáveis para a performance da indústria fluminense foram os setores extrativos e de máquinas e equipamentos.

Maior parque industrial do país, São Paulo avançou 2,0% de setembro para outubro, a maior influência positiva no resultado da indústria nacional. Trata-se da segunda taxa positiva seguida da indústria paulista, acumulando um ganho de 3,1%. “Os setores de veículos automotores; produtos químicos; e máquinas, aparelhos e materiais elétricos foram os que mais influenciaram a dinâmica da indústria do estado. Esse resultado deixa a indústria paulista 3,8% acima do seu patamar pré-pandemia e 19,5% abaixo do seu nível mais alto, alcançado em março de 2011”, afirma Bernardo.

No lado das altas, Pará (7,0%), Mato Grosso (4,6%), Paraná (3,7%) e Ceará (3,5%) registraram as taxas mais expressivas. Bernardo Almeida lembra que “a indústria paraense é pouco diversificada, mais concentrada no setor extrativo, justamente o que impulsionou o crescimento da indústria do estado em outubro. Esse bom desempenho acontece depois de três meses de resultados negativos, período no qual houve perda de 7,5%”.

Indústria cresce em 16 de 18 locais na comparação com 2023

O setor industrial teve alta de 5,8% frente a outubro do ano passado e, regionalmente, 16 dos 18 locais pesquisados acompanharam o resultado positivo. Vale lembrar que outubro de 2024 (23 dias) teve dois dias úteis a mais do que igual mês do ano anterior (21). Os maiores avanços foram registrados por Rio Grande do Norte (25,0%), Pará (12,5%), Santa Catarina (12,2%), Mato Grosso (12,0%) e Paraná (11,3%). Ceará (8,5%) e Mato Grosso do Sul (7,2%) também marcaram taxas positivas mais intensas do que a média nacional (5,8%). São Paulo (5,8%), Minas Gerais (5,4%), Maranhão (5,0%), Amazonas (4,3%), Região Nordeste (4,0%), Rio Grande do Sul (2,7%), Espírito Santo (1,7%), Bahia (1,7%) e Goiás (1,5%) foram os outros locais com avanço na produção em outubro de 2024.

“Assim como ocorreu na passagem de setembro para outubro de 2024, verificamos um espalhamento de resultados positivos nos indicadores interanuais, evidenciando mais uma vez um ganho de ritmo da produção industrial, em termos regionais, quando comparada a 2023”, observa Bernardo.

No sentido oposto, Rio de Janeiro (-5,8%) e Pernambuco (-0,7%) foram responsáveis pelas quedas em outubro. No Rio de Janeiro, a explicação para esse desempenho veio, principalmente, da atividade de indústrias extrativas (óleos brutos de petróleo).

Crédito da foto: Ari Dias/AEN

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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