Presidente do BC diz que Brasil deve sofrer menos que outros países com tarifas

Presidente do BC diz que Brasil deve sofrer menos que outros países com tarifas

Galípolo acredita em efeitos menores na economia brasileira

Em uma reunião com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na manhã desta sexta-feira (14), o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse que as tarifas que estão sendo impostas a diversos países pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem apresentar um efeito menor no Brasil do que em outras economias, como a do México.

“Essa menor relação, ou conexão comercial, do Brasil com os Estados Unidos, comparativamente com o México, induziu sensação por parte dos agentes de mercado de que eventualmente uma política de tarifas mais pesadas possa prejudicar mais o México do que o Brasil”, afirmou. No entanto, Galípolo ressaltou que o melhor seria não haver “guerra comercial”.

“Perceba que há uma sutileza aqui: eu não estou dizendo, que com as tarifas, é melhor para o Brasil. Com certeza, não há dúvida de que em qualquer condição do comércio global é melhor não ter uma guerra tarifária. O que eu estou colocando aqui simplesmente é que no relativo, ou seja, comparativamente, talvez para o Brasil seja menos prejudicial do que, por exemplo, para o México”, disse o presidente do Banco Central.

Reciprocidade

Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que o Brasil vai aplicar o princípio de reciprocidade, caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpra com a promessa de elevar as tarifas de importação do país. “Eu ouvi dizer que vai taxar o aço brasileiro. Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar à Organização [Mundial] do Comércio [OMC], ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, disse em entrevista à Rádio Clube do Pará, em Belém.

Trump vem prometendo aplicar tarifas abrangentes a diversos países que têm superávit comercial com os Estados Unidos, como a China, e até a parceiros mais próximos como México e Canadá. O presidente americano também anunciou uma taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio, cancelando isenções e cotas isentas de impostos para os principais fornecedores, entre os quais, o Brasil.

“Fantasmas”

Ainda durante a conversa com os empresários, Galípolo afirmou que o Banco Central tem uma atuação preventiva e conservadora na definição de sua política, agindo sempre com base em tendências, e não em volatilidades, e mantendo cautela na interpretação dos dados.

“Por isso, eu disse que é importante o Banco Central ter o tempo necessário para consumir esses dados e ter clareza se não estamos assistindo simplesmente a uma volatilidade que responde por esses dados de alta frequência e ter certeza se estamos conseguindo observar uma tendência”, ressaltou. “Seria um equívoco ser preventivo a um fantasma que não está ali colocado. Este é um tema que oferece desafio ao endereçamento da política monetária.”

Questionado pelos empresários sobre a alta taxa de juros no país, Galípolo disse que essa medida surtirá efeito para conter a alta inflação no país. “No horizonte que a gente consegue enxergar, as projeções apresentam a inflação fora da meta. O Banco Central reage caminhando com a taxa de juros, num patamar restritivo e de relativa segurança. O mandato do Banco Central é colocar a taxa de juros em um patamar restritivo o suficiente e pelo tempo que for necessário para que a inflação possa fazer a convergência para a meta”, acrescentou.

“O remédio vai funcionar. O Banco Central tem as ferramentas para conduzir a política monetária, para perseguir a meta, e não vai se furtar a fazer isso”, concluiu.

Agência Brasil/Foto: Lula Marques

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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