Bolsa sobe 2,64% e dólar registra queda de 1%

Moeda norte-americana foi cotada no fechamento a R$ 5,743
A segunda semana de março foi a melhor do ano para a Bolsa de Valores. Nesta sexta-feira (14), o Ibovespa subiu 2,64%, fechando em 128.957,09 pontos, porém chegou a atingir durante o pregão, 129 mil pontos.
O dólar terminou o dia em queda de 1%, cotado a R$ 5,743.
Na sessão desta sexta, os ativos brasileiros, especialmente o real, se beneficiam da redução dos riscos globais e do aumento da procura por ativos de risco. A valorização da moeda brasileira em relação ao dólar foi impulsionada por fatores tanto locais quanto externos, que, em conjunto, sustentam o desempenho positivo dos mercados domésticos.
O especialista em investimentos da Nomad, Bruno Shahini, explica que notícias vindas da China, com foco em medidas para estimular o consumo interno, têm favorecido os preços das commodities, com destaque para o petróleo e o minério de ferro. Nesse contexto, há expectativa de que o Brasil seja beneficiado pelos rearranjos nos fluxos comerciais gerados pela guerra tarifária iniciada pelo governo americano no início do ano.
“Essa percepção foi reforçada pelo expressivo fluxo de capital estrangeiro observado nesta sexta-feira, que deu continuidade à alta do Ibovespa. O movimento indica uma retomada do interesse externo tanto por ações brasileiras quanto pela renda fixa local”, destaca o especialista em investimentos da Nomad.
A próxima semana será marcada por eventos relevantes, como a decisão do Banco Central, que deverá elevar a Selic em 100 pontos-base, e a reunião do FOMC, que deve manter as taxas dos Fed Funds inalteradas, com possível viés de queda ao longo do ano.
Na avaliação de Bruno Shahini, esse descompasso nas trajetórias de juros tende a ampliar o diferencial entre Brasil e EUA, favorecendo operações de carry trade, que buscam rendimento em mercados com juros mais altos, financiando-se a taxas internacionais mais baixas.
Ainda segundo o especialista da Nomad, a valorização do real nos últimos dois dias decorre de uma perspectiva mais favorável para a balança comercial brasileira, impulsionada pelo cenário global incerto em relação a tarifas e pela entrada consistente de capital estrangeiro que vem buscando alternativas em mercados emergentes.
“O alto volume negociado no mercado nesta sexta, aliado à queda de mais de 1% do dólar reforça a visão positiva para a moeda brasileira”, conclui.