Indústria do Paraná acelera contratações e registra melhor saldo de empregos desde 2021

Setor abriu mais de 7 mil vagas em fevereiro

A indústria do Paraná iniciou 2025 com o melhor desempenho em geração de empregos formais dos últimos quatro anos. Em fevereiro, o setor registrou 7.193 novas admissões, superando em 5,2% o saldo do mesmo mês do ano anterior, quando foram contabilizados 6.838 postos de trabalho abertos, conforme dados do Novo Caged, divulgados na última sexta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho. O resultado representa mais de 10% das oportunidades no setor industrial em todo o Brasil, que teve um crescimento de 29% no período. Em relação a janeiro, que teve 5.401 admitidos na indústria, o crescimento foi de 33%.

No Paraná, no acumulado do ano, a indústria já soma 12.594 novas contratações, registrando uma alta de 2,8% em relação ao primeiro bimestre de 2024. Entre os estados do Sul, o Paraná teve desempenho inferior ao Rio Grande do Sul, que registrou mais de 16 mil empregos formais, um crescimento de 23% em relação a fevereiro do ano passado. Santa Catarina, embora tenha superado o Paraná, com 8.318 novas admissões, registrou queda de 4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em âmbito nacional, o setor industrial criou 69.884 vínculos formais em fevereiro de 2025, um aumento de 29% em relação a fevereiro de 2024, quando foram geradas 54.111 novas oportunidades. O Paraná foi o quinto estado que mais expandiu a força de trabalho na indústria, ficando atrás de São Paulo (19.796), Rio Grande do Sul (16.013), Minas Gerais (8.591) e Santa Catarina (8.318).

Indústria é o segundo maior gerador de oportunidades

Em fevereiro, o segmento industrial respondeu por 18,4% das novas contratações no Paraná, consolidando-se como o segundo maior responsável pela criação de empregos no estado. O setor de serviços liderou com a abertura de 22.665 vagas. Em terceiro aparece o comércio (5.428), seguido pela construção (3.333) e a agropecuária (557). No total, o Paraná criou 39.176 novos vínculos de trabalho no mês de fevereiro.

Atualmente, a indústria do estado emprega mais de 802 mil trabalhadores, um crescimento de 4% em relação a fevereiro de 2024, quando o contingente estava acima de 770 mil. Nos últimos 12 meses, o setor adicionou 31.600 novos empregos, elevação de 114%, mais que o dobro do registrado anteriormente.

Perspectivas e desafios para 2025

Os dados refletem a tendência apontada pela Sondagem Industrial da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), divulgada em fevereiro. Segundo a pesquisa, 61% dos empresários do setor estão otimistas quanto ao desempenho dos negócios para 2025. Esse cenário de crescimento é impulsionado pelos investimentos realizados no setor ao longo de 2024 e pela confiança dos empresários em seus próprios negócios. A sondagem revelou ainda que 90% dos industriais entrevistados pretendem investir este ano, sendo que 55% desse total afirmaram que utilizarão recursos próprios para tais investimentos.

Além disso, o Paraná tem se destacado como destino para novas indústrias. De acordo com dados da Junta Comercial do Paraná (Jucepar), em 2024 foram criadas 9.431 novas indústrias, distribuídas entre os setores de Eletricidade e Gás (103), Transformação (9.297) e Extrativa (31). Esse saldo foi 1,5% superior ao de 2023. Já no primeiro bimestre de 2025, o número de novas indústrias corresponde a 24% do total registrado no ano anterior.

Entretanto, a expectativa para 2025 é de que o crescimento da economia brasileira seja menor do que no ano anterior, o que pode impactar a demanda industrial. Com uma possível redução no consumo das famílias, há o risco de desaceleração na produção das fábricas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do Brasil deve crescer 1,97% em 2025, abaixo do crescimento de 3,4% registrado no ano passado. No Paraná, o Ipardes aponta que o estado cresceu 2,5% em 2024, enquanto em 2023 o avanço foi de 5,63%. Esse crescimento mais moderado pode influenciar a decisão dos empresários quanto à ampliação do quadro de funcionários ao longo do ano.

Setores que mais contrataram

Das 24 atividades industriais acompanhadas pelo Novo Caged, 23 apresentaram saldo positivo em fevereiro. O maior crescimento foi registrado no segmento de alimentos, que gerou 1.820 novas vagas. O setor de confecções e artigos do vestuário criou 763 novas admissões, seguido pela fabricação de máquinas e equipamentos (484), produtos de metal (398) e celulose e papel (344).

Apenas um segmento reduziu seu quadro no período: o de petróleo, com fechamento de duas posições.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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