Preço do arroz despenca, milho e ovo disparam, entenda o movimento

Preço do arroz despenca, milho e ovo disparam, entenda o movimento

Alta do milho e do ovo representam risco elevado para a inflação

As cotações do arroz ao produtor brasileiro registaram uma queda de 20% no ano, a saca de 50 kg do item em casca vem sendo negociado abaixo de R$ 80 no Rio Grande do Sul, essa é primeira vez que a negociação chega a esse patamar desde outubro de 2022. O alto acúmulo da porcentagem indica que o bolso dos brasileiros deve continuar se beneficiando do valor baixo do produto básico nos supermercados. Porém, para Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, outros alimentos comuns, como o ovo e o milho, ainda apresentam um alto risco para a inflação.

“A queda nos preços do arroz acontece por conta do aumento de mais de 15% na produção brasileira, a colheita gaúcha obteve uma recuperação, sem contar que teve também um aumento na oferta global. Em contrapartida, o milho vem tendo um estoque abaixo do normal no país. Isso porque os fatores climáticos estão provocando consequências negativas na safra, sem contar que também estamos passando por uma grande demanda por parte do agronegócio”, afirma Leandro.

O especialista em gestão de supermercados explica que o milho é o principal insumo utilizado para a nutrição e criação de fazendas bovinas, suínas e aviárias. Além disso, também é um item altamente demandado pela indústria de etanol, o resultado do cenário desafiador reflete nas prateleiras de supermercados. De acordo com o levantamento feito pela Datagro, a “aceleração vigente” nas cotações do milho deve impactar a inflação brasileira de alimentos em até 1,07 ponto percentual ao longo dos próximos seis meses, enquanto no índice geral o impacto pode chegar a até 0,47 ponto percentual nesse mesmo período.

Disparada do valor do ovo

“Há diversos fatores para o valor do ovo subir tanto nas prateleiras são variados, entre eles, está a alta demanda interna. Por conta do aumento do preço da carne, muitos brasileiros focaram em adquirir os ovos como fonte de proteína mais acessível, a chegada da Quaresma, período em que o consumo de carne vermelha cai, também intensificou ainda mais essa demanda. Em contrapartida, também há uma alta da demanda externa”, pontua Leandro Rosadas.

O gestor também relembra que os Estados Unidos estão passando por um surto de gripe aviária, que levou ao abate de milhões de aves, reduzindo drasticamente a produção de ovos. Como resultado, os preços no mercado americano subiram 15% em janeiro de 2025 em comparação com o mês anterior. Em consequência, as exportações brasileiras de ovos cresceram 22,1% em janeiro de 2025 em comparação com o mês anterior, segundo o levantamento feito pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Só para os Estados Unidos, a alta foi de 33%, o que reduziu ainda mais a oferta interna e pressionou os preços nas granjas e nos supermercados.

A inflação dos alimentos ganhou força em março, é o que diz o relatório apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta de 1,09% registrada no último mês é superior à alta de 0,61% registrada em fevereiro, impulsionada por itens como ovos de galinha, café moído e tomate. Em 12 meses, os preços acumulam variação positiva de 7,42%.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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