Taxa média de inadimplência escolar cai, mas passa de 20%

Dados apontam que o nível de descumprimento de pagamentos nas escolas caiu mais de 2%
O índice de inadimplência nas escolas caiu mais de 2% em 2024, comparado ao ano anterior. Apesar disso, o nível de descumprimento dos pagamentos ainda é superior ao de 2019, ano que antecedeu a pandemia. Segundo dados da Sponte, unidade especializada em Educação da Linx, a taxa média de inadimplência chegou a 20,36% em 2024. Em 2023, esse número era 22,63%, o maior já registrado desde 2019, quando era 17,57%.
Ainda segundo o levantamento, todas as regiões do Brasil tiveram taxas menores em 2024, mostrando um cenário mais favorável para a educação privada no país. A maior queda foi na região Sul, que registrou também o menor índice do país, com 18,33%, diante de 22,27% do ano anterior. O Centro-Oeste também apresentou uma queda considerável, saindo de 24,87% em 2023 para 21,29% em 2024. O Nordeste reduziu a taxa em pouco mais de 2,2 p.p, chegando a 23,76% no ano passado, diante de 26,03% em 2023.
As menores quedas na inadimplência em 2024 na comparação anual ocorreram no Norte, saindo de 23,85% em 2023 para 22,56% no ano passado, seguido pelo Sudeste, com registro de 19,79% em 2024 diante de 21,32% no ano anterior, uma queda de 1,53 p.p.
Apesar do cenário mais positivo, os dados mostram que nenhuma região do Brasil teve redução no índice se comparado ao período de pré-pandemia, com destaque para o Norte, que em 2019 registrou 18,39% de inadimplência e em 2024 ainda está mais de 4 p.p acima. O Centro-Oeste é a região mais próxima dos níveis pré-pandemia. Em 2019, a taxa era de 20,55% e em 2024 foi de 21,19%, um número 0,64 p.p maior.
Queda por segmento de ensino
Segundo o levantamento, a educação básica foi o segmento de ensino que teve a maior queda na taxa de inadimplência entre 2023 e 2024. No ano passado, ficou em 21,57%, quase 5 p.p abaixo do ano anterior, quando registrou uma média de 26,53%. A educação infantil também apresentou uma queda expressiva, de 4,7 p.p entre 2024 (22,41%) e 2023 (27,12%). O nível de descumprimento de pagamentos também foi menor para os cursos livres, técnicos e profissionalizantes, com queda de 3,11 p.p entre 2023 (29%) e 2024 (25,89%). As escolas de idioma apresentaram índices menores, saindo de 19,16% em 2023 para 17,44% no ano passado.
O único setor que apresentou inadimplência maior foi o ensino superior, que registrou índice de 29,97% em 2023 para 31,15% em 2024, uma alta de 1,18 p.p.
Segundo Ricardo Gonçalves, CEO da Sponte, a queda na inadimplência pode estar diretamente ligada às estratégias adotadas pelas instituições de ensino. “Muitas escolas têm oferecido opções de pagamento mais flexíveis e programas de renegociação de dívidas, facilitando a regularização das mensalidades. Além disso, uma comunicação mais eficiente com as famílias tem ajudado a evitar atrasos e a manter a adimplência em dia, o que impacta positivamente os índices do setor”, diz Ricardo Gonçalves.
O levantamento da Sponte foi realizado com 4 mil escolas em todos os estados brasileiros, abrangendo educação infantil, básica, escolas de idiomas, ensino superior, cursos livres, técnicos e profissionalizantes, além de analisar a evolução da inadimplência no setor entre 2019 a 2024. A pesquisa possui margem de erro de 2% para mais ou para menos.