10 estratégias para reduzir custos e maximizar benefícios com a reforma tributária

10 estratégias para reduzir custos e maximizar benefícios com a reforma tributária

IVA dual cria um ambiente mais previsível e transparente

A reforma tributária, aprovada em janeiro de 2025, trouxe grandes mudanças ao sistema fiscal brasileiro, substituindo tributos como ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins pelo IVA dual, composto pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). A medida visa simplificar o sistema tributário, mas também impõe desafios para as empresas, que precisam se adaptar às novas regras para maximizar benefícios e reduzir custos.

Para o gerente de produto e especialista em legislação da Senior Sistemas, Valmir Hammes, essa mudança é uma oportunidade para as empresas se organizarem melhor e reduzirem custos. “A implementação do IVA dual cria um ambiente mais previsível e transparente. Com uma boa estratégia tributária e investimentos adequados, é possível transformar esse momento de transição em um diferencial competitivo”, explica.

Já o especialista de produto da Senior Sistemas, Marlon Dognini, reforça que o planejamento é essencial para evitar problemas e aproveitar os benefícios da reforma.

“O novo sistema reduz a cumulatividade dos tributos, o que pode gerar créditos fiscais e diminuir custos ao longo da cadeia produtiva. No entanto, para maximizar esses ganhos, é fundamental reavaliar processos internos e investir em tecnologia para garantir conformidade com a nova legislação”, afirma Marlon Dognini.

Hammes complementa: “A implementação do IVA dual é um marco para o sistema tributário brasileiro. Se bem gerida, essa transição pode proporcionar redução de custos e ganhos de eficiência para as empresas. Com planejamento, tecnologia e estratégias adequadas, os desafios podem se transformar em vantagens competitivas.”

Diante desse cenário, especialistas apontam 10 estratégias que as empresas podem adotar para minimizar impactos e reduzir custos:

  1. Treinar equipe fiscal e contábil

O treinamento da equipe fiscal é uma das primeiras e mais importantes estratégias. As empresas devem capacitar seus profissionais sobre as novas regras tributárias, alíquotas e regimes específicos. Além disso, é fundamental acompanhar as atualizações regulatórias e os impactos diretos na apuração dos tributos. “É essencial manter a equipe fiscal bem informada e preparada para garantir uma apuração correta e eficiente dos tributos”, afirma Hammes.

  1. Acompanhar regulamentações complementares

A reforma tributária ainda depende de leis complementares e decretos estaduais/municipais para ser totalmente implementada. As empresas devem monitorar ativamente as definições de alíquotas, benefícios fiscais e regras de transição. Isso ajudará as empresas a se ajustarem rapidamente às novas regulamentações. “Estar atento a essas mudanças é fundamental para garantir que a empresa se mantenha em conformidade com as novas exigências fiscais”, complementa Dognini.

  1. Analisar o impacto da reforma na empresa

Uma análise detalhada do impacto da reforma tributária na carga tributária futura da empresa é essencial. As empresas devem levantar e comparar a tributação atual com a futura, considerando as alíquotas da CBS e IBS. Identificar como essas mudanças afetam a tributação de produtos e serviços é fundamental para um planejamento fiscal assertivo e para evitar surpresas no fluxo de caixa.

  1. Revisar benefícios fiscais e regimes especiais

Embora a reforma traga novos desafios, alguns setores ainda mantêm benefícios fiscais específicos. Empresas envolvidas com inovação, exportação e sustentabilidade devem estar atentas a esses incentivos. É importante identificar e aplicar os incentivos disponíveis para reduzir a carga tributária, além de acompanhar as possíveis mudanças nas leis complementares. “Aplicar incentivos fiscais pode ser uma forma eficaz de reduzir custos, especialmente para setores que continuam sendo beneficiados pela reforma”, explica Dognini.

  1. Revisar a estrutura de preços e contratos

A reforma tributária pode impactar diretamente as margens de preços e a formação de contratos. As empresas devem avaliar contratos de longo prazo e garantir que cláusulas de reajuste sejam incluídas, considerando a nova tributação. Além disso, ajustes na política de precificação podem ser necessários para refletir a extinção de tributos cumulativos e a implementação de novos créditos de IBS e CBS.

  1. Mapear e ajustar processos fiscais e contábeis

A reforma exigirá uma revisão da classificação fiscal de produtos e serviços para garantir que os tributos sejam corretamente apurados. As empresas precisam adaptar seus controles internos para a nova sistemática de créditos e débitos do IBS/CBS, mantendo processos contábeis eficientes e em conformidade com a nova legislação tributária.

  1. Atualizar ou adaptar o ERP e sistemas de gestão

Para garantir que a empresa esteja alinhada com a nova legislação, os sistemas de gestão (ERPs) precisam ser adaptados para lidar com a nova estrutura tributária, que inclui os créditos financeiros e débito sobre o valor agregado. “É crucial garantir que os sistemas de gestão estejam preparados para processar as novas regras tributárias de maneira eficiente”, afirma Hammes. Além disso, a compatibilidade com apuração centralizada e o modelo de split payment deve ser verificada para garantir uma gestão fiscal correta.

  1. Fazer simulações tributárias e financeiras

Usar ferramentas de simulação tributária é fundamental para comparar os impactos da reforma antes e depois da sua implementação. Essas simulações ajudam a projetar os impactos no fluxo de caixa e no planejamento financeiro, permitindo que as empresas se ajustem com antecedência e tomem decisões mais informadas sobre a carga tributária futura.

  1. Revisar a estrutura operacional da empresa

Com a implementação do novo modelo tributário, empresas com múltiplas filiais devem reavaliar a localização física das suas operações, considerando que os impostos não serão mais decisivos para a compra, e sim fatores como prazo de entrega e custo logístico. Também pode ser necessário revisar a organização societária para otimizar a carga tributária, garantindo maior eficiência fiscal.

  1. Adotar tecnologia para compliance tributário

Investir em soluções de inteligência fiscal e automação para a apuração de impostos é essencial. As empresas devem garantir a integração de suas ferramentas de gestão fiscal com os órgãos reguladores, assegurando o compliance tributário e a correta execução das obrigações fiscais.

Essas estratégias ajudarão as empresas a não só se adaptarem à reforma tributária, mas também a aproveitarem as oportunidades geradas pelas mudanças. Com planejamento, investimentos em tecnologia e a execução dessas estratégias, as empresas podem reduzir custos, aumentar a eficiência operacional e obter vantagens competitivas no novo cenário tributário.

Crédito da foto: Envato

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *