57 milhões de brasileiros não sabem que estão endividados

57 milhões de brasileiros não sabem que estão endividados

 Primeiro passo para quitar os débitos é fazer um planejamento financeiro minucioso

Cerca de 57 milhões de brasileiros desconhecem que estão com dívidas ativas, é o que diz o novo levantamento feito pelo Serasa. A pesquisa revelou também que entre os consumidores que desconhecem a existência de dívidas em seu nome, pelo menos 19 milhões deles foram negativados pelos credores e, portanto, fazem parte do Cadastro de Inadimplentes. O grupo é formado por pessoas físicas ou jurídicas que desconhecem sobre a situação de inadimplência e sobre os benefícios especiais a que têm direito para negociar e limpar o nome. Para Aline Soaper, educadora financeira, a negativação pode estar ligada à dificuldade em manter um planejamento financeiro por grande parte da população.

“É importante ressaltar que muitos brasileiros têm problemas em criar um planejamento financeiro, conciliando os gastos fixos, como aluguel, conta de água e de luz, com os gastos variáveis e extras, como lanches, compras de roupas ou até compra de eletrônicos. Porém, há fatores que podem agravar esse movimento, como a falta de conhecimento sobre a educação financeira e entendimento como ela pode impactar no endividamento, além da baixa renda entre a maior parte da população e o alto índice de desemprego”, explica Soaper.

Segundo o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo ministério do Trabalho e Emprego, a taxa de desemprego subiu para 6,8%no trimestre encerrado em fevereiro. Além da falta de emprego para uma parcela da população ser um fator para o endividamento, muitos brasileiros também se sentem estimulados a gastar mais. Não à toa, uma pesquisa feita pela Creditas em parceria com a Opinion Box, apontou que seis em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais contribuem para o aumento das dívidas.

Ainda de acordo com a pesquisa, 33% dos consumidores acreditam que plataformas estimulam a gastos desnecessários, enquanto para 17% elas reforçam uma cultura consumista e, para 13%, incentivam compras impulsivas. Além de também apontar que 70% dos brasileiros já contraíram dívidas, sendo as principais causas: despesas inesperadas (30%), uso excessivo do cartão de crédito (27%) e parcelamento no cartão (24%).

Por onde começar?

“Para quem quer começar a quitar as dívidas e se organizar, é importante separar uma quantia para as contas dos serviços essenciais, como água, luz, gás, aluguel e condomínio. Isso porque, se não forem pagos, o consumidor pode ter seus serviços interrompidos e no caso do condomínio, sofrer uma ação judicial. Em segundo lugar, é importante quitar as dívidas de financiamento de imóveis e automóveis, porque podem ser retomados pela financeira, se a dívida não for paga ou renegociada. Em terceiro lugar, as dívidas de cartão de crédito e financiamento de lojas, que têm os juros mais altos”, indica Aline.

“Há diversas estratégias para manter um planejamento financeiro eficaz, que ajude a evitar o endividamento. Entre elas, é evitar adquirir novas contas, principalmente se você já tem muitas parcelas que comprometem sua renda atual. Outra dica, é cortar o que não está sendo utilizado dentro do orçamento familiar. Para isso, é preciso realizar uma revisão de todos os gastos. Ou seja, aquela assinatura de streaming que você pouco usa, aquele aplicativo do celular que você assinou e esqueceu, as cobranças automáticas que você coloca no cartão de crédito. Pense que, em momentos de crise, é preciso direcionar o dinheiro para o que é essencial”, indica Soaper.

A profissional também recomenda buscar alguma atividade para aumentar sua renda. “Cada pessoa tem uma habilidade diferente. Há quem é bom na cozinha, podendo vender quentinhas, doces e bolos para fazer um extra no mês. Há quem é bom em serviços ligados à beleza, como pintar e cortar cabelo ou a costura. O que vale é aproveitar todo e qualquer talento para complementar a renda para conseguir zerar as dívidas”, finaliza Aline Soaper.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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