Estimativa de março prevê safra recorde de 327,6 milhões de toneladas em 2025

Estimativa de março prevê safra recorde de 327,6 milhões de toneladas em 2025
Colheita de trigo. Foto: Orlando Kissner - 2010

Resultado é 11,9% maior do que a safra obtida em 2024

A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar um recorde de 327,6 milhões de toneladas em 2025, de acordo com a estimativa de março do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira (10) pelo IBGE. Este resultado é 11,9%, ou 34,9 milhões de toneladas, maior do que a safra obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas) e 1,2% maior (3,9 milhões de toneladas) do que a estimativa de fevereiro de 2025.

A área a ser colhida deve ser de 81,0 milhões de hectares, um aumento de 2,5% frente à área colhida em 2024 (1,9 milhão de hectares a mais). Em relação ao mês anterior, a área a ser colhida aumentou em 42.284 hectares (0,1%).

Carlos Barradas, gerente da pesquisa, destacou que esse crescimento frente ao mês anterior foi puxado, principalmente, pelo aumento da safra nos estados do Mato Grosso e Goiás. “Também houve aumento da estimativa do trigo no Paraná. No Centro-Oeste, o clima ajudou, com boas chuvas”. Barradas também explica a queda no Rio Grande do Sul. “Houve queda forte da safra no Rio Grande do Sul, devido à falta de chuvas, mas o aumento no Centro-Oeste mais que compensou”.

Em relação à produção, algodão e soja devem bater recordes em 2025. A estimativa para a produção de algodão é de 9,1 milhões de toneladas, um acréscimo de 2,3% em relação à safra de 2024 e um acréscimo de 0,5% com relação ao mês de fevereiro. Enquanto a soja registrou aumento de 13,3% em comparação à safra do ano passado, chegando a 164,3 milhões de toneladas. Em relação a fevereiro, houve um declínio de -0,1% ou 107,3 mil toneladas.

O milho deve apresentar a segunda maior safra da sua história, com 127,3 milhões de toneladas (25,5 milhões de toneladas na 1ª safra, um aumento de 11,4% em relação a 2024, e 101,7 milhões de toneladas na 2ª safra, um aumento de 10,9% em relação ao ano passado.

Por outro lado, o café arábica apresentou uma queda de 10,6% com relação a 2024, com produção estimada de 2,1 milhões de toneladas ou 35,8 milhões de sacas de 60kg.

Carlos Barradas ressalta que os crescimentos da soja e do milho se devem ao clima mais chuvoso na safra 2024/2025, quando comparado com a anterior. Em relação ao café arábica, Barradas ressalta que a queda em relação ao ano anterior se deve principalmente à bienalidade da safra 2025, que é de baixa, como também aos problemas climáticos durante o segundo semestre de 2024, quando houve restrições de chuvas e ocorrências de temperaturas elevadas, o que fez com que o potencial da safra diminuísse.

Em relação a fevereiro, houve aumento nas estimativas da produção da cevada (29,7% ou 124.486 t), da batata 3ª safra (18,0% ou 158.798 t), do trigo (12,5% ou 901.586 t), da aveia (7,3% ou 78.038 t), do tomate (4,9% ou 220.310 t), da batata 2ª safra (4,9% ou 70.307 t), do arroz (3,0% ou 343.280 t), do café arábica (2,5% ou 52.137 t), do milho 2ª safra (2,3% ou 2.275.174 t), da laranja (1,9% ou 240.705 t), da uva (1,6% ou 31.586 t), do feijão 1ª safra (1,5% ou 17.619 t), do milho 1ª safra (1,0% ou 251.863 t), do café canephora (0,5% ou 5.206 t) e do feijão 3ª safra (0,2% ou 1.715 t). Houve declínios nas estimativas do feijão 2ª safra (-5,7% ou -79.024 t), da batata 1ª safra (-2,0% ou -40.579 t), da cana-de-açúcar (-1,3% ou -9.286 173 t), da castanha-de-caju (-1,1% ou -1.575 t) e da soja (-0,1% ou -107.260 t).

As cinco regiões tiveram alta nas estimativas de produção frente à safra de 2024: Centro-Oeste (14,5%), Sul (8,5%), Sudeste (13,6%), Nordeste (10,4%) e Norte (6,4%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos na produção a Região Norte (2,8%), a Nordeste (0,2%), a Sudeste (1,3%) e a Centro-Oeste (3,4%), enquanto a Sul (-2,9%) apresentou declínio.

Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 30,9%, seguido pelo Paraná (13,7%), Goiás (11,7%), Rio Grande do Sul (10,1%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 79,6% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (50,5%), Sul (25,9%), Sudeste (9,0%), Nordeste (8,7%) e Norte (5,9%).

As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Mato Grosso (4.728.793 t), em Goiás (1.250.407 t), no Paraná (708.000 t), em Santa Catarina (533.086 t), em São Paulo (371.217 t), no Tocantins (337.535 t), em Rondônia (187.459 t), no Maranhão (72.614 t), no Ceará (41.554 t), no Rio Grande do Norte (10.510 t) em Pernambuco (5.152 t) e no Rio de Janeiro 3 t), enquanto as variações negativas ocorreram no Rio Grande do Sul (-3.763.088 t), no Mato Grosso do Sul (-524.180 t) e no Piauí (-84.125 t).

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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