Bolso mais apertado não ofusca o Dia das Crianças, que será de experiências e presentes de até R$250

Bolso mais apertado não ofusca o Dia das Crianças, que será de experiências e presentes de até R$250

Para 49% dos brasileiros, orçamento para a data está menor

O Dia das Crianças este ano será marcado pela criatividade e pela busca de experiências em família, ainda que com um orçamento mais contido. É o que revela a nova pesquisa da Hibou, instituto de pesquisa e insights de consumo. O estudo, realizado entre 1 e 3 de outubro de 2025 com 1.847 respondentes de todo o Brasil, mostra que 49% dos consumidores pretendem gastar menos do que nos anos anteriores. Apesar disso, a data se fortalece como um momento de conexão, com 31% dos entrevistados considerando-a “um dia para aproveitar ao lado das crianças”, um aumento de 3 pontos percentuais em relação aos 28% de 2024.

Data comercial ou dia de afeto? A percepção se transforma

A pesquisa mostra uma mudança na percepção do brasileiro sobre o Dia das Crianças. Embora 36% ainda a vejam como “só mais uma data comercial”, esse número representa uma queda significativa em comparação com os 45% de 2024. Em contrapartida, a visão da data como um momento para estar junto das crianças cresceu de 28% para 31%. A percepção da data como um marco de simbologia importante também aumentou, passando de 13% para 15%. Outros sentimentos mencionados foram “uma saudade imensa” (7%), “uma chance de voltar a ser criança” (5%), e “uma oportunidade de viajar” (2%).

A tela dos baixinhos: YouTube e TikTok dominam o universo infantil

Quando o assunto são os meios de comunicação mais acessados pelas crianças, o YouTube reina absoluto, com um crescimento de 42% em 2024 para 54% em 2025O TikTok segue forte, passando de 39% (2024)  para 41% na preferência dos pequenos.. Plataformas de streaming como Netflix e Disney+ aparecem com 26% cada, seguidas de perto por WhatsApp (25%) e Instagram (24%). Games como Roblox (15%) e Minecraft (12%) também mostram sua força no cotidiano infantil.

“A influência do universo digital na infância é inegável e se reflete diretamente nas decisões de consumo. A força de plataformas como YouTube e TikTok, acessadas por 54% e 41% das crianças respectivamente, cria um ecossistema onde influenciadores ditam tendências e impulsionam o desejo por produtos licenciados. Os pais estão navegando neste novo cenário, onde a lista de presentes é cada vez mais moldada pela tela do celular”, analisa Ligia Mello, CSO da Hibou.

De Luccas Neto a Ana Castela: a nova geração de ídolos

A influência digital se traduz em ídolos. Quase metade dos entrevistados (49%) afirma que as crianças que conhecem seguem algum influenciador ou celebridade, um aumento de 4 pontos percentuais em relação a 2024. Luccas Neto (17%) e Felipe Neto (12%) continuam sendo os nomes mais citados. O fenômeno Ana Castela desponta, saltando de 2% para 6% na preferência infantil, empatando com Enaldinho (6%).

Nomes como Turma da bagunça (6%), Emily Vick (4%), Gato Galáctico (4%), Jazzghost (3%), Maria Clara e JP (3%) e Felca (3%) também compõem o imaginário dos pequenos.

Personagens que dominam o imaginário infantil

O personagem mais popular entre as crianças em 2025 é Stitch, citado por 18% dos entrevistados, seguido por Homem-Aranha (8%) e Patrulha Canina (8%)Turma da Mônica (5%) também aparece entre os preferidos, mostrando a força dos clássicos nacionais.
Quase a metade dos adultos (44%) afirma que as crianças escolhem produtos baseados em personagens que amam, como mochilas, roupas e doces licenciados.

Raio X do perfil da criança brasileira: Inteligente, questionadora e conectada

O levantamento também traçou um perfil da criança contemporânea, que mostra uma geração mais curiosa, conectada e questionadora. Para 45% dos entrevistados, se pudessem, as crianças ficariam mais tempo jogando online. São também mais questionadoras (35%) do que os adultos foram na infância e muitas já aprendem um novo idioma desde cedo (32%).

A rotina delas inclui o contato com a natureza para 26% e o hábito da leitura para 21%. A influência dos pequenos se estende para dentro de casa: 15% impactam as escolhas de produtos alimentícios, 15% se preocupam mais com o meio ambiente que os adultos e 14% são responsáveis por trazer novos assuntos para o debate familiar.

“As crianças estão mais conscientes e participativas. Elas formam opinião, influenciam escolhas e têm uma relação ativa com marcas, conteúdo e hábitos da casa”, destaca Lígia Mello.

Comemoração em casa, no parque e com a família reunida

Apesar de para 26% o dia ser normal, muitos planejam celebrações especiais. As comemorações caseiras ganham força: 14% vão ficar em casa se divertindo com os pequenos (contra 8% em 2024), 10% irão ao parque ( 5% no ano anterior) e 8% visitarão as crianças em suas casas. Durante o feriado, a TV estará ligada em 71% dos lares, com preferência para Netflix (45%), YouTube (36%) e Disney+ (31%)

E o presenteado é…

A escolha principal do presenteado continua sendo os sobrinhos (49%), seguidos dos filhos (32%), afilhados (20%) e netos (19%). A metade dos adultos (50%) acredita que a idade ideal para presentear vai até os 10 anos, mas 21% defendem que “todo mundo tem uma criança dentro de si”.

O que define o presente ideal? Algo que a criança realmente goste

Para 70% dos brasileiros, um bom presente é “algo que sei que a criança gosta.” O fator educativo é importante para 24%, enquanto para 23% “estarmos todos juntos é o maior presente”. O preço aparece como um fator relevante para apenas 16% dos entrevistados.

Na lista de intenções de compra, os brinquedos em geral lideram (42%), mas são seguidos de perto por experiências como passeios (32%) e por presentes como jogos educativos (31%), vestuário (30%), kits de montar (26%) livros (26%). Além do presente principal, outras compras para celebrar o mês incluem sorvete (32%), doces (26%) e ingressos para cinema ou parque (24%)Um passeio no shopping com cinema e pipoca é visto como um bom presente por 59% dos participantes.

“A valorização de passeios e da companhia em detrimento do apelo puramente comercial reflete uma mudança de prioridades, onde a experiência se torna o presente principal. O desafio para as marcas é se conectar com esse desejo por momentos memoráveis, que vão além do produto em si”, pontua Ligia Mello, CSO da Hibou.

Orçamento na risca: maioria planeja gastar até R$250

A realidade financeira se impõe nas decisões de compra. Quase metade (49%) afirma que o bolso está “mais apertado” e que, por isso, vai gastar menos. Outros 16% admitem o orçamento reduzido, mas afirmam que irão manter a tradição. A grande maioria dos consumidores (78%) pretende gastar até R$250. Apenas 18% dos entrevistados pretendem gastar entre R$250 e R$500. Além disso, 2% menciona intenção de gasto entre R$501 e R$1000 reais, seguido de 1% que mencionou investimento entre mil e dois mil e quinhentos reais. Por fim, 1% diz que gastará entre R$2.500 a R$4.000 reais.

Crédito da foto: Ari Dias/AEN

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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