Como fazer uma previsão orçamentária equilibrada para aprovação da assembleia do condomínio

Como fazer uma previsão orçamentária equilibrada para aprovação da assembleia do condomínio

O segredo está no planejamento, na comunicação e no detalhamento das informações

Elaborar uma previsão orçamentária é uma das tarefas mais importantes e desafiadoras na administração condominial. Afinal, é a partir destes números que se define a base da movimentação financeira do condomínio para o exercício seguinte. Um orçamento bem construído garante estabilidade, evita surpresas e, o mais importante, facilita a explicação e a aprovação pelos condôminos em assembleia geral.

Mas como preparar uma previsão orçamentária sem erros, de maneira clara, transparente e facilmente compreensível? O segredo está no planejamento, na comunicação e no detalhamento das informações.

Conhecimento da realidade do condomínio

Antes de qualquer número, é essencial conhecer profundamente o condomínio. Isso inclui entender o histórico das despesas, os contratos vigentes, as manutenções obrigatórias e os custos variáveis, como consumo de água, energia e gás.

É importante também avaliar o comportamento das receitas e do fluxo de caixa, especialmente em caso de haver inadimplência. Uma previsão orçamentária realista considera a média de pagamentos em dia e reserva margem para eventuais atrasos. Dessa forma, evita-se déficit durante o ano.

Análise das despesas fixas e variáveis

Um orçamento equilibrado depende da correta separação entre despesas fixas (como folha de pagamento, encargos, seguros e contratos contínuos) e variáveis (como reparos, insumos e consumo de utilidades), mas que também são baseadas na média histórica e necessidades do condomínio.

As despesas fixas costumam representar a maior parte do orçamento ordinário. Por isso, precisam ser projetadas com base em reajustes previstos e “datas-base”, como convenções coletivas ou aumentos contratuais. Já nas variáveis, como citado, é prudente usar as médias de consumo e considerar serviços em andamento e fatores sazonais, como aumento de energia no verão ou maior gasto com manutenção em períodos chuvosos.

Criação de fundos e reservas

Outro ponto fundamental é a deliberação sobre a criação de fundos de reserva e fundos específicos (como pintura, benfeitorias ou modernização de elevadores). Muitos condomínios enfrentam dificuldades financeiras justamente por não planejarem investimentos de médio e longo prazo.

Ao incluir essas previsões no orçamento anual, o síndico demonstra responsabilidade e visão de futuro, o que aumenta a confiança dos condôminos e facilita a aprovação em assembleia.

Comunicação clara e acessível

Mesmo um orçamento tecnicamente impecável pode enfrentar resistência se não for bem explicado. Por isso, é essencial apresentar os números de forma simples, direta e transparente.

Planilhas, gráficos e comparativos com o orçamento anterior ajudam a visualizar as mudanças e justificam eventuais reajustes. É importante mostrar não apenas o “quanto”, mas o “porquê” de cada valor. Essa postura torna o processo mais participativo e reduz questionamentos durante a assembleia.

Planejamento com antecedência e revisão técnica

A previsão orçamentária não deve ser feita de última hora. O ideal é começar o planejamento com pelo menos 45 dias de antecedência, permitindo revisões e validações antes da apresentação final.

O apoio de uma administradora capacitada, com experiência técnica e conhecimento das práticas de mercado, faz toda a diferença. A administradora certamente contribuirá para o resultado pretendido, com coleta adequada de dados, comparação de custos e na apresentação de um modelo orçamentário adequado à realidade de cada condomínio.

Transparência e credibilidade na assembleia

Na hora da aprovação, o que mais conta é a confiança. Quando o síndico apresenta uma previsão orçamentária baseada em dados, com explicações claras e justificativas coerentes, a assembleia tende a ser tranquila e produtiva.

Evitar surpresas, adotar modo de apresentação acessível e mostrar compromisso com o equilíbrio financeiro são atitudes que fortalecem a imagem da gestão e o engajamento dos condôminos.

Fazer uma previsão orçamentária sem erros e facilmente aprovada é questão de método, com planejamento, organização e transparência. Cada número deve refletir uma realidade comprovável, e cada decisão precisa estar amparada por dados e pelo bom senso.

Quando o processo é conduzido de forma técnica e clara, a assembleia deixa de ser um momento de dúvida e passa a ser uma demonstração de confiança mútua, entre o síndico, a administradora e os condôminos. E é exatamente esse espírito de transparência e cooperação que deve nortear a boa gestão condominial.

 

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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