Caem as exportações e importações de calçados

De janeiro a outubro, foram embarcados para o exterior 105 milhões de pares de calçados brasileiros.
De janeiro a outubro, foram embarcados para o exterior 105 milhões de pares de calçados brasileiros.

Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam para mais uma queda nas exportações brasileiras. Em outubro deste ano, com relação ao mesmo mês de 2013, a queda foi de 7,5% – de US$ 92 milhões para US$ 85 milhões. Já no acumulado, de janeiro a outubro, o embarque de 105 milhões de pares gerou US$ 874 milhões, número que era de US$ 900,74 milhões no ano passado, um revés de 3%.

A surpresa positiva do mês dez ficou por conta da Colômbia, país que comprou 40,2% mais do que no mesmo mês de 2013, gerando mais de US$ 5 milhões em divisas para os exportadores brasileiros. No ano corrente os colombianos já somam US$ 41,67 milhões em importações de calçados brasileiros, número 22,3% maior do que o registro de 2013.

No acumulado, o principal destino do produto brasileiro segue sendo os Estados Unidos. Com um pequeno aumento de 1,6% nas importações de calçados verde-amarelos, os norte-americanos compraram o equivalente a US$ 158 milhões nos dez meses de 2014. Já o segundo principal mercado, a Argentina, importou 31,1% menos no comparativo com igual período do ano passado, alcançando US$ 74 milhões. A França é o terceiro destino, para onde foi embarcado o equivalente a US$ 52 milhões em calçados brasileiros, 0,5% menos do que em 2013. “Por questões macroeconômicas, mas também relativas à nossa condição precária de competitividade no mercado internacional, especialmente na concorrência com os asiáticos, estamos perdendo os mercados mais tradicionais, como o caso da Argentina, que barra produtos brasileiros e libera os asiáticos”, avalia o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein. Por outro lado, continua o executivo, países como a Colômbia aparecem com força no cenário internacional, o que é positivo para os exportadores. De fato, a Colômbia, que é um dos mercados-alvo do Brazilian Footwear – programa de apoio às exportações de calçados mantido pela Abicalçados em parceria com a Apex-Brasil – deve encerrar o ano com crescimento signiticativo nas suas importações dos produtos brasileiros.

Entre os principais exportadores de calçados do Brasil, o destaque continua com o Rio Grande do Sul. Nos dez meses de 2014, os gaúchos exportaram 14,6 milhões de pares por US$ 318 milhões, uma leve queda de 0,6% com relação ao mesmo período do ano passado. O Ceará segue como o segundo exportador do Brasil, embarcando 43,6 milhões de pares por US$ 242,3 milhões entre janeiro e outubro, uma queda de 5,7% no comparativo com 2013. O terceiro maior exportador é São Paulo, de onde partiram 10,45 milhões de pares que geraram US$ 126 milhões, 5,1% mais do que no ano passado.

Já as importações, seguindo uma tendência verificada em setembro, caíram 14,1% em outubro, alcançando US$ 46,8 milhões – ano passado a cifra foi de US$ 54,53 milhões. Mais uma vez, a Argentina foi o destaque, vendendo quase o dobro em calçados para o Brasil – US$ 1,12 milhão ante US$ 2,23 milhões. Agora o país vizinho é o quinto principal exportador de calçados para o Brasil, atrás apenas do trio de países asiáticos e da Itália.

No acumulado, de janeiro a outubro, entraram no Brasil 32,85 milhões de pares por US$ 497,5 milhões, 2,5% menos do que o registro do mesmo período de 2013 (US$ 510,28 milhões). As principais origens seguem sendo os países asiáticos Vietnã (US$ 294,64 milhões, incremento de 9,2%), Indonésia (US$ 94 milhões, queda de 5,2%) e China (US$ 45 milhões, queda de 16,5%).

Para Klein, os números apontam para um desaquecimento no consumo de calçados. “O ciclo do crescimento baseado no consumo se esgotou, o que afeta, além das produtoras nacionais, os importadores. Quando cai a demanda, cai para todo mundo”, explica o executivo, ressaltando as consecutivas quedas no varejo de calçados no segundo semestre.

Em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – as importações também caíram no acumulado. De janeiro a outubro, entraram no Brasil o equivalente a US$ 65,44 milhões, 11,4% menos do que no mesmo período de 2013. As principais origens seguem sendo Paraguai, China e Vietnã.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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