Alto desempenho é mais que um diferencial é o que separa hoje os bons profissionais dos profissionais que não oferecem o que o mercado procura. Mostrar resultado, buscar inovar, produzir bem e otimizar recursos são características que todas as organizações buscam em seus executivos. Evoluir é fundamental e tem que fazer parte do planejamento de todo profissional.
Muitos profissionais tendem a almejar a alta performance como se ela fosse um ponto fixo no horizonte profissional, um objetivo. Esse é um erro comum. O desempenho de ponta é algo que precisa se renovar no dia a dia e se dá por meio de metas, disciplina e boa produtividade, ou seja, é um processo. “Isto quer dizer que a alta performance é um estado de carreira, que demanda esforços para ser mantido”, explica Bernardo Entschev, presidente da empresa nacional de headhunter e consultoria em capital humano, De Bernt.
A De Bernt em seus 29 anos de experiência analisa que quando os executivos pertencem a uma faixa etária de até 35, 40 anos, eles buscam cursos, formação específica nas áreas em que atuam e até desenvolvimento de liderança, coaching e gestão de talentos. “Essa geração jovem e de transição, que não chega a ser Y, se comporta melhor diante do mercado em questão de qualificação, do que a geração de profissionais que têm mais de 40, 45 anos. A tendência é que os mais jovens sempre busquem mais que os mais velhos, e isso tem muito a ver com a sensação de segurança que estes profissionais mais experientes têm em relação à própria carreira, seja pelo tempo de casa, seja pela proximidade que eles tendem a ter com o topo da pirâmide hierárquica”, explica Gizelle Marques, gerente corporativa nacional da De Bernt.
Não se deve pensar que a alta performance depende do cargo, porque qualquer cargo e profissão pode ser executado com desempenho de ponta. Isso porque a alta performance, segundo pesquisas da De Bernt, é entregar mais do que é pedido, não fazer só o que está previsto, é inovar com os resultados e surpreender. E isso pode ser feito em qualquer caso, seja cargo ou desempenho.
Quanto aos profissionais que já atingiram a alta performance, é imprescindível compreender que precisam desenvolver esse processo de desempenho de ponta, pois não há garantia de estar lá para sempre. “Isso porque a alta performance não é como um título e sim como um estado de carreira, que depende de vários elementos”, explica Bernardo, que também diz que é preciso que o executivo não perca de vista que o mercado muda e que mudar com ele é a única maneira de fugir da obsolescência e da baixa performance.
Quando se atinge um cargo alto, o profissional precisa estar ciente e se preparar para lidar com situações de complexidades diferentes das quais ele estava habituado quando não ocupava um cargo tão elevado. O executivo necessita estar em constante expansão, para antever os problemas. Quanto mais alto o cargo, maior a responsabilidade e mais se fazem necessários a atualização e o aprimoramento constantes. “Quem chega a um alto patamar profissional não pode esperar que a organização diga o que espera, precisa apresentar soluções antes que elas sejam imprescindíveis”, exemplifica Bernardo.
A De Bernt tem observado seus assessorados e percebe que para os profissionais aprimorarem o próprio desempenho é preciso um pouco mais do que vontade, pois é importante um plano de ação baseado em metas realistas e também esforço, enfim, criar um processo de crescimento. Segundo a consultoria, os elementos principais da alta performance são: foco, disciplina, produtividade e melhoria contínua.
Bernardo fala que para qualquer situação de vida, é preciso que o profissional conheça seus potenciais e pontos frágeis. Para isso, é preciso autoconhecimento, saber quais suas reações sob pressão, o que o motiva, qual sua forma de liderança e tantos outros pontos importantes que constroem seu perfil profissional. A De Bernt orienta a seus assessorados sobre a necessidade de que o executivo observe que antes de dar o primeiro passo em busca de qualquer mudança, mesmo que já tenha atingido a alta performance, é preciso ter noção exata do seu próprio momento profissional e também dos processos que o levaram até onde está. Após isso, leva-se em consideração o que deu certo, descarta-se o que não funcionou e encontram-se alternativas para alcançar cada um dos elementos responsáveis pelo alto desempenho.
Entschev diz que todo profissional bem sucedido tem um catálogo de hábitos de sucesso seguidos à risca. O bom desempenho, a produtividade e a melhoria contínua precisam se tornar rotineiros e pequenos hábitos cotidianos podem ajudar a tornar tudo mais natural, tornando-se processo. “Além disso, nós orientamos também que se mantenha uma rede de contatos atualizada e ativa, para que seja possível expandir conhecimento, trocar metodologias e conhecimentos tecnológicos”, complementa o presidente.