Alta do milho e farelo de soja pode elevar preços de carnes

A forte alta nos preços de milho e de soja, principais insumos para alimentação de aves e suínos, no Sul e Sudeste do Brasil poderá elevar os preços das carnes, adverte a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “A primeira safra é insuficiente para atender à demanda interna, ainda mais com a exportação aquecida”, disse o presidente executivo da ABPA, Francisco Turra. “A escassez de produto disponível e o custo do transporte para trazê-lo do Centro-Oeste [para o Sul] criam dificuldades até para manter os mesmos níveis de produção na avicultura e na suinocultura, que estão gradativamente sendo reduzidos”, acrescentou em nota enviada pela entidade.
O aumento nas exportações de milho brasileiro colaborou para reduzir a oferta interna do produto, elevando os preços. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) mostram que o Brasil exportou 6,27 milhões de toneladas de milho em dezembro – o maior volume mensal de toda a sua história, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Até o dia 12 de janeiro, o indicador Esalq/BM&FBovespa, que tem como referência os preços de milho praticados na região de Campinas (SP), mostrava aumento de 13,33% no acumulado do mês, a R$ 41,74 por saca de 60 quilos.
O presidente da ABPA afirmou que a indústria de carnes de frango e suína possivelmente precisará importar milho do Paraguai e da Argentina, onde os excedentes também não são elevados, se não houver “estímulos expressivos” para a segunda safra.
O aumento no custo de produção já tinha sido apontado pelo diretor executivo da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Nilo de Sá, em entrevista à CarneTec, como um dos principais desafios que o setor terá de enfrentar em 2016.