Projeto de Lei pretende dar novo fôlego a micro e pequenas empresas no Brasil

Micro e pequenas empresas podem ganhar um incentivo a mais para competir com as grandes no mercado brasileiro. É que será entregue na Câmara dos Deputados em Brasília um Projeto de Lei Complementar para criação das Centrais de Negócios (“CN”), com o objetivo de fortalecer e garantir segurança jurídica aos atos conjuntos entre micro e pequenas empresas.

O PLC de 07 de julho foi elaborado por empresários, advogados, consultores e contou com a participação direta do Sebrae, da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa (Sempe), Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Ministério da Agricultura, Apex, ROIT Consultoria e Contabilidade, entre outras instituições e empresas privadas organizadas em redes associativas. O novo texto propõe a revogação do artigo 56 da Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006 (que dispõe sobre a Sociedade de Propósito Específico) e sugere a criação de uma nova figura jurídica, que são as CNs.

“O artigo 56 coloca muitas restrições para a união entre as empresas e impede as que estão enquadradas no Simples Nacional de criarem uma rede consistente e segura. O novo PLC corrige estas inconsistências e cria uma figura específica, com segurança jurídica para as micro e pequenas empresas se unirem e fomentarem mais empregos e mais riqueza, sem bitributação”, explica Lucas Ribeiro, advogado e consultor tributarista da ROIT Consultoria e Contabilidade, que participou da elaboração do projeto.

Segundo o consultor, as CNs têm por objetivo principal elevar a competitividade destas empresas e garantir que elas desenhem um futuro promissor no mercado nacional e local. “As micro e pequenas empresas sofrem com uma concorrência totalmente desproporcional vinda de grandes redes. Com a criação das centrais de negócios, empresas de diferentes proprietários poderão se unir e trabalhar com uma marca única, divulgando seus produtos ou serviços em conjunto e comprando de forma menos onerosa e com um poder de negociação maior. Desta maneira, ganharão mercado e competirão de maneira mais igualitária com as grandes empresas”, afirma Flávio Pimental, da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa.

O novo PLC também pretende reduzir o alto índice de mortalidade de empresas no país, que registra índices de 22,7% de fechamento de empresas logo no primeiro ano de vida. Nos cinco primeiros anos este índice sobe para 60,4%, segundo o último relatório divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística). “No país a cada dez empresas que abrem as portas, seis fecham antes de completar cinco anos de atividade. As Centrais de Negócios darão condições para elas fortalecerem suas atividades”, conta Enio Queijada de Souza, do Sebrae Nacional.

Entre os artigos do PLC, estão alguns que descrevem como as Centrais de Negócios funcionariam. Acompanhe:

1. As Centrais de Negócios passam a ser pessoas jurídicas com forma e natureza própria, de natureza civil, constituídas para fomentar negócios em benefícios de seus sócios, por meio de ações conjuntas de pessoas jurídicas sócias e independentes entre si, distinguindo-se das demais sociedades. Constituídas mediante estatuto social e acordo de acionistas, subordinado integralmente à Lei 6.404/76.

2. Poderão integrar as Centrais de Negócios pessoas jurídicas optantes ou não pelo Simples Nacional, desde que a receita bruta anual da Central de Negócios no mercado nacional não supere o limite estabelecido pela LC 123/2006, multiplicado pelo número de empresas sócias da Central de Negócios, e não supere duas vezes o mesmo limite para vendas no mercado externo;

3. Poderão realizar operações conjuntas para industrialização, comércio e prestação de serviços, para os mercados nacional e internacional, por meio de Centrais de Negócios;

4. Nas Centrais de Negócios, cada pessoa jurídica sócia terá direito a um voto nas assembleias, independentemente de sua participação no capital social;

5. A Central de Negócios poderá ter fins lucrativos, apurando o imposto de renda das pessoas jurídicas com base no lucro presumido ou real; ou sem fins lucrativos, obrigando-se a reinvestir, integralmente, em território nacional, a totalidade do seu superávit obtido, para assegurar e fortalecer o cumprimento de seus objetivos;

6. A Central de Negócios poderá operar como Centro de Serviços Compartilhados e/ou Centro de Distribuição, com rateio de custos e despesas administrativas em comum entre empresas sócias, para rateio e reembolso, conforme critérios previamente definidos por elas;

7. As CNs poderão utilizar marca única;

8. Receberão incentivos fiscais e tributários para operação.

Seus proponentes pedem caráter de urgência na votação dos deputados e preveem que o PLC entre em votação até o mês de agosto.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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