Financiamento para compra de veículos fecha 2017 com alta de 22,9%

O total de recursos liberados pelo sistema financeiro registrou alta de 22,9% em 2017 e atingiu a soma de R$ 101,1 bilhões. Esta foi a primeira vez, desde 2014, que o montante destinado às operações de financiamento e leasing superou a marca de R$ 100 bilhões. À época, o volume foi de R$ 111,2 bilhões. Na comparação com 2016, quando foram liberados R$ 80,2 bilhões, o crescimento no volume de negócios foi de 22,9%. Isso comprova que os bancos de montadoras e instituições independentes possuem liquidez para atender a demanda do consumidor e oferecer crédito. Além disso, com a melhoria do cenário econômico, o brasileiro voltou a investir na aquisição de bens de maior valor agregado.

“Esse resultado supera a nossa expectativa, que era de liberar R$ 90,6 bilhões. Depois de três anos de recessão, as vendas financiadas voltaram a crescer. Isso é reflexo da redução da taxa básica de juros e de outros indicadores econômicos, que garantem maior previsibilidade ao consumidor”, afirma o presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Luiz Montenegro.

A redução da taxa média de juros também contribuiu para elevar a procura pelo crédito. De acordo com o último balanço divulgado pela entidade, as taxas de juros praticadas pelos bancos de montadoras foram de 18,85% ao ano e de 1,45% ao mês – as menores desde dezembro de 2014. Já os índices cobrados pelas instituições independentes foram de 22,2% ao ano e de 1,68% ao mês – mais baixos do que os cobrados há três anos, que foram, pela ordem, de 22,3% e 1,69%.

“Com a redução das taxas de juros e maior estabilidade econômica, o consumidor se sentiu mais confiante e foi às compras. Havia uma demanda muito reprimida pelo crédito. O brasileiro é muito consciente e só fecha um negócio quando tem certeza de que terá condições de quitá-lo”, avalia Montenegro.

Projeções

A expectativa da Anef para 2018 é de que o mercado de crédito para a compra de veículos deverá manter a retomada dos negócios. “Nossa estimativa é de que o volume de recursos liberados cresça 15,1%, passando de R$ 101,1 bilhões para R$ 116,4 bilhões. Já o saldo de financiamento deverá ser de R$ 185,1 bilhões, aumento de 8,6%. Em 2017, o montante foi de R$ 170,5 bilhões”, afirma o presidente da Anef.

Modalidades de pagamento

O financiamento é a modalidade de crédito preferida pelo brasileiro na hora de fechar a compra de um veículo zero quilômetro, de acordo com os dados do boletim da ANEF. No ano passado, o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) respondeu por 48% dos negócios fechados. Na sequência, vem o pagamento à vista, com 45% dos negócios realizados, seguido pelo consórcio (5%) e pelo leasing (2%).

No segmento dos veículos pesados, o Finame foi responsável por 61% dos contratos, seguido pelo CDC (20%), compras à vista (10%), consórcio (6%) e leasing (2%).

Com 32% do volume de negócios, o consórcio, deixou de ser a modalidade de crédito escolhida pelos compradores de motocicletas. As vendas financiadas foram responsáveis por 38% dos contratos e as compras à vista, por 30%.

Saldo das carteiras

A retomada da procura pelo crédito reflete também no aumento do saldo das carteiras. Em 2017 o total foi R$ 170,5 bilhões, alta de 4,8% na comparação com o ano passado, que foi de R$ 162,7 bilhões. As operações de CDC respondem por R$ 166,8 bilhões, o que representa um aumento 5,4% em doze meses. Os R$ 3,7 bilhões restantes referem-se ao leasing, que registrou queda de 1,59% em relação a 2016.

O saldo de crédito para a aquisição de veículos para pessoas físicas e jurídicas corresponde a 2,6% do PIB (Produto Interno Bruto), mesmo índice registrado em novembro do ano passado. Esse montante representa 5,5% do total do crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional) e 10,8% do total das operações de crédito – Recursos Livres.

Negócios em dezembro

No último mês de 2017, o sistema financeiro liberou R$ 9,8 bilhões para os contratos de CDC, aumento de 3,9% na comparação com novembro e de 21,3% em relação ao mesmo período de 2016. Desse total, R$ 8,4 bilhões foram destinados às pessoas físicas, alta de 3,2% no mês e de 17,3% em doze meses. Para as pessoas jurídicas, foram liberados R$ 1,3 bilhão, crescimento de 8,5% na comparação com o mês anterior, e de 55% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já para as operações de leasing, o volume concedido foi de R$ 222 milhões, alta de 46,1% na comparação com novembro, e de 37% em relação a 2016. O maior montante, de R$ 183 milhões, foi destinado às pessoas jurídicas, com aumento de 53,8% na comparação com novembro e de 47,6% com o mesmo período do ano passado. Para as pessoas físicas, foram liberados R$ 39 milhões, crescimento de 18,2% em relação a novembro e de 2,6% na comparação com o mesmo período de 2016.

Acumulado do ano

No acumulado do ano, o montante destinado ao financiamento foi de R$ 99,2 bilhões, alta de 23,7% em doze meses. Para às pessoas físicas foram destinados R$ 87,3 bilhões, aumento de 22,3% em relação ao mesmo período do ano passado; e os R$ 11,9 bilhões para as empresas, crescimento de 35,8% na comparação com 2016.

Já para as operações de leasing, foram liberados R$ 1,8 bilhão, queda de 9,2% em relação ao ano passado. As empresas responderam pelo maior montante, com R$ 1,5 bilhão, elevação de 6,9% em relação ao ano passado. Para as pessoas físicas foram liberados R$ 342 milhões, recuo de 45,8% em doze meses.

Inadimplência

Pelo terceiro mês consecutivo, a taxa de inadimplência nos contratos de CDC firmados pelas pessoas físicas manteve-se estável e fechou dezembro em 3,8%. Na comparação com o mesmo período de 2016, a queda é de 0,8 ponto percentual. Já entre as pessoas jurídicas, o índice de não pagadores foi de 2,7%, queda de 0,2 ponto percentual em relação a novembro e de 2,3 pontos percentuais em doze meses.

Nas operações de leasing, as taxas também entraram em curva decrescente: o percentual de pessoas físicas que deixaram de quitar os seus negócios foi de 2,3%, menos 0,1 ponto percentual que o registrado em novembro, e 1,5 ponto percentual inferior na comparação com o mesmo período de 2016. Entre as empresas, a taxa foi de 2,0%, recuo de 0,1 ponto percentual no mês, e de 1,6 ponto percentual em doze meses.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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