Setor produtivo e lideranças discutem ambiente para pequenos negócios no Paraná

Criar um ambiente favorável ao surgimento e fortalecimento de pequenos negócios – e, por consequência, da economia do Estado – é o foco da estratégia que une setores produtivos, lideranças territoriais e poder público no Fórum Permanente das Empresas de Micro e Pequeno Porte (Fopeme) do Paraná. Os desafios e conquistas nesse sentido balizaram o “Encontro Fopeme e Comitês Territoriais”, realizado no Sebrae/PR, em Curitiba, na tarde da segunda-feira (21). O evento, que reuniu membros do Fórum e dos 18 Comitês Territoriais Paranaenses, contou com a presença do presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, responsável pela palestra magna “Melhoria do Ambiente de Negócios no Brasil – Avanços e Desafios”.

A governadora do Estado, Cida Borghetti, também esteve na abertura do Encontro; ao lado presidente da Fecomércio PR, Darci Piana; do presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Ágide Meneguette; do secretário estadual de Planejamento e presidente Fopeme/PR, Juraci Barbosa Sobrinho; do diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Tioqueta; do diretor de Operações da entidade, Julio Cezar Agostini; e do secretário-técnico do Fopeme/PR e presidente da Fampepar, Ercílio Santinoni. Cerca de 350 pessoas participaram do evento.

Apesar dos avanços em termos de desburocratização e simplificação tributária, que permitiu, entre outras coisas, a formalização de 8 milhões de microempreendedores individuais (MEI) no País, nos últimos dez anos, ainda há um horizonte de 15 milhões de brasileiros na informalidade. Para o presidente do Sebrae, a construção do desenvolvimento é um trabalho que deve começar da base. “Precisamos nos organizar com base nos territórios, que têm uma ação homogênea, às vezes várias cidades vivendo um problema igual. As lideranças locais devem pensar coletivamente, não individualmente: como nós vamos resolver o nosso problema? O meu será consequência do nosso. Uma cultura de desenvolvimento totalmente centralizada acaba ignorando a realidade da ponta em um País tão diverso”, destacou Afif.

O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Ágide Meneguette, lembrou da Carta do Paraná – documento com 350 propostas, elaborado no ano passado por 800 empresários e membros dos comitês regionais paranaenses para melhorar o ambiente empresarial – como um esforço coletivo na criação de um ambiente de negócios mais favorável no Estado. “Já avançamos em aspectos como a redução do tempo da abertura de empresas, maior participação nas compras governamentais, volume de crédito e simplificação. Este evento é um capítulo importante para buscarmos mais resultados práticos para os pequenos negócios no campo e na cidade, pois são eles que estão fazendo a diferença na geração de emprego e renda nos municípios do Paraná e do Brasil”, apontou Meneguette.

Desde a aprovação da Lei Geral da MPE, o Paraná foi pioneiro e é o único estado a ter um fórum permanente, inclusive com uma agenda territorial, reforçou Vitor Roberto Tioqueta, diretor-superintendente do Sebrae/PR. “Trabalhamos há mais de dez anos o tema, com parceiros, no desenvolvimento de micro e pequena empresa. Além dos avanços já obtidos temos que manter essa agenda permanente para fortalecer o ambiente de negócios e gerar desenvolvimento”, avaliou.

Tioqueta citou com o exemplo da importância do trabalho continuo, a geração de empregos pelos pequenos negócios. Em abril, no Paraná, foram mais de sete mil novas vagas. No acumulado de 2018, são mais de 25 mil empregos gerados, o que mostra a importância da micro e pequena empresa paranaense.

Os indicadores mostram que o trabalho do Fopeme, juntamente com governo estadual e municipal, articulado pelo G7 (grupo de sete entidades do setor produtivo paranaense), faz com que a economia do Paraná seja cada vez mais crescente, levando desenvolvimento ao interior do Estado, segundo Juraci Barbosa Sobrinho. “A empregabilidade cresceu 91% no interior e 9% na Região Metropolitana de Curitiba, de 2010 a 2017. A participação do interior no PIB do ICMS do Estado era de 55%, em 2010, no ano passado subiu para 61%. O salário médio da mulher no Paraná também subiu. Em 2012, segundo o Ipardes, as mulheres recebiam uma média de 67,9% do salário dos homens, em 2016, com todo esse trabalho junto com o G7 e o Sebrae nos territórios, subiu para 73,5%”, aponta.

Atuação do G7

Durante o Encontro, o presidente da Fecomércio PR, Darci Piana, coordenador do G7, destacou a atuação do grupo para a melhoria do ambiente de negócios do Paraná. “Nossa preocupação é fazer com que o Estado receba projetos e discuta questões fundamentais, como, por exemplo, infraestrutura. Inclusive, esse projeto de ferrovias em andamento foi um trabalho grande do G7. Quando não é possível pelo Estado, bancamos pesquisas e estudos técnicos. Tudo para ampliar a capacidade de competitividade em nível mundial dentro de nossa produção industrial, agrícola, e também do comércio”, explica.

O G7 é formado por instituições do setor produtivo do Estado: Sebrae/PR, Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Federação e Organização das Cooperativas do Paraná (Fecoopar), Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio PR), Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Fetranspar), Associação Comercial do Paraná (ACP) e Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap).

O andamento das ações previstas na Carta do Paraná foi apresentado em uma palestra ministrada pelo diretor de Operações do Sebrae/PR, Julio Cezar Agostini, e pelo secretário-técnico do Fopeme/PR e presidente da Fampepar, Ercílio Santinoni. Entre os avanços, estão as leis que criam fundos de aval e de apoio à inovação. Já os desafios, na área da simplificação, por exemplo, incluem a ampliação da Redesim, já presente em 218 dos 399 municípios do Estado. O diretor do Departamento de Apoio a MPE do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Nizar Ratib Midrei, participou do painel final, apresentando ações tomadas pelo MDIC, no contexto do ambiente de negócios.

Crédito da foto – Régis Santos

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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