Livraria Cultura recorre à Recuperação Judicial
A Livraria Cultura, segunda maior rede de livrarias do Brasil, ingressou no final da tarde desta quarta-feira (24) na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo com um pedido de recuperação judicial. A empresa não conseguiu solucionar seus problemas financeiros, mesmo depois de receber, em 2017, recursos da ordem de R$ 130 milhões para assumir as operações da rede francesa Fnac no País.
Caso o pedido de Recuperação seja aprovado pela Justiça aprove a Livraria Cultura terá um prazo de seis meses para negociar seus débitos. As dívidas bancárias da livraria seriam de R$ 70 milhões, conforme apurou o jornal O Estado de S. Paulo, além de um valor considerável com outros fornecedores. A companhia foi criada por Eva Herz, em 1947, e atualmente é comandada pela terceira geração da família.
No comunicado distribuído na quarta-feira (24), a Cultura afirmou que o pedido de recuperação judicial foi necessário em razão do cenário econômico brasileiro e do mercado editorial – que, segundo a companhia, encolheu 40% desde 2014. Com o pedido de recuperação judicial, a empresa diz pretender “normalizar, em um curto espaço de tempo” os compromissos firmados com os fornecedores.
Também no comunicado, a Livraria Cultura informa que um dos seus objetivos é se tornar mais digital, segmento que já disputa com a gigante Amazon. “Já somos uma empresa mais enxuta, eficiente e preparada para enfrentar os desafios do varejo na era do e-commerce”, diz a livraria. “Estamos sintonizados à ideia de que nossas lojas não vendem apenas produtos e serviços, mas também experiências que transformam a vida de nossos clientes.”
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a empresa vem enxugando a própria operação. Neste mês, anunciou o fechamento de duas unidades no Rio de Janeiro: a do centro da cidade, e a do Fashion Mall, em São Conrado, passando a atender o mercado carioca só pela internet.