Agroleite reúne empresários do setor leiteiro na cidade de Castro

A cidade de Castro, que é considerada a capital nacional do leite, é sede a partir de hoje do maior evento técnico da cadeia produtiva do leite da América Latina, que é a Agroleite. Com o tema “Um Novo Olhar”, a organização do evento quer chamar a atenção dos empresários do agronegócio para vislumbrarem novos horizontes em diferentes direções, sendo que nesse sentido a inovação e a tecnologia são fundamentais.
Nas duas últimas décadas, a pecuária leiteira do Paraná é a que mais cresceu, tanto em produção quanto em produtividade. E esse avanço fez com que o estado alcançasse a terceira posição no ranking nacional, ficando atrás de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Hoje, a atividade leiteira está presente nos 399 municípios paranaenses e gera quase R$ 6 bilhões por ano no Valor Bruto de Produção (VBP).
O crescimento da produção paranaense de leite está diretamente relacionado à produtividade do plantel, que mais que dobrou em duas décadas. Só para se ter uma ideia, a média de leite produzida por vaca pulou de 1.400 para 3 mil litros por ano, ou um aumento de 111%.
Este ano, a Agroleite está ainda mais internacionalizada e contará com a presença de representantes da Nova Zelândia, França, Holanda e Ásia.
Eu conversei com a gerente de Agronegócio do governo da Nova Zelândia no Brasil, Nadia Alcântara, e ela me disse que a Nova Zelândia investe constantemente no desenvolvimento de soluções para a melhoria da eficiência no campo e, agora, pretende se consolidar como parceira dos produtores brasileiros, que podem contar com suporte e acompanhamento local das empresas.
Entre as soluções que serão apresentadas pelos neozelandeses estão sistemas de melhoria para a nutrição dos bezerros em fazendas leiteiras, pistola pneumática para aplicação de produtos, porteira e circuito elétricos, equipamentos de pesagem e tecnologia genética para aumentar a produtividade leiteira.
Nadia Alcântara me explicou que o investimento em tecnologia é essencial para que os produtores de leite aumentem suas receitas e, consequentemnete elevem seus lucros. Segundo ela, embora a produção de leite no Brasil ainda seja comandada por famílias, há uma consciência sobre a importância dos investimentos em tecnologia e inovação.
Voltando ao Paraná, o principal e mais eficiente estímulo à produção do leite, nestes últimos anos, foi o aumento dos preços pagos aos pecuaristas. Com cenários de preços mais elevados, o produtor tem respondido bem às tecnologias de curto prazo para o aumento da produção, em especial, melhorias nutricionais e na composição de rebanho.
Mirian Gasparin