Dólar inicia semana em baixa e Ibovespa tem mais um pregão de valorização
O dólar comercial começou a semana com negócios em baixa, após ter acumulado queda de 6,6% em relação ao real, na semana passada. Às 16 horas, desta segunda-feira (8), a moeda norte-americana caía 1,74%, cotada a R$ 4,87 na venda. O dólar nesta segunda-feira (8) oscilou entre a mínima de R$ 4,866 e a máxima de R$ 4,976. O Ibovespa, às 16 horas, operava com alta de 2,58%, somando 97.037 pontos.
Segundo o economista e consultor de investimentos, Sergio Martenetz, a ampla liquidez proporcionada aos mercados pelo Banco Central dos Estados Unidos (FED) e pelo Banco Central Europeu (BCE) para mitigar os efeitos da pandemia somada à melhora do nível de emprego nos Estados Unidos empurrou para as Bolsas para cima e o dólar para baixo.
Atuação do BC no câmbio
No caso brasileiro, explica Martenetz, houve maior atuação do Banco Central no mercado de câmbio. “Dinheiro externo voltou a ingressar no Brasil, especialmente na Bolsa de Valores, mas também através de bonds da Petrobras e de títulos da dívida brasileira em lançamentos recentes. Diante disso, o dólar vem caindo frente ao real e a bolsa acusa novo ânimo”, explica o economista.
Segundo Martenetz, há dinheiro demais no mercado mundial e poucas alternativas para a sua aplicação. “As aplicações em renda variável (ações, fundos de ações, fundos mistos e fundos imobiliários) são as alternativas existentes diante de um quadro de taxas de juros extremamente baixas que, em verdade, proporcionam ganhos negativos”, alerta.
Valorização substancial no médio prazo
O economista não acredita que as valorizações serão continuadamente crescentes, por não ser essa uma característica desses mercados, mas a valorização substancial dos ativos ocorrerá no médio prazo.
“Obviamente, fatores políticos de monta podem ocorrer no caminho, tendo em vista uma breve e marcante disputa eleitoral nos Estados Unidos e, no Brasil, um quase semanal entrevero político entre governo e oposição”, destaca Sergio Martenetz.
Na sua avaliação, um ambiente mundial de alta liquidez, já vivido em crises anteriores, com uma base mundial de juros baixos e negativos, demonstra que a aceitação do risco aumenta, reforçando o fluxo financeiro direcionado aos ativos de renda variável.
Mirian Gasparin