Economia de proximidade foi a solução encontrada por comerciantes do Mercado Municipal de Curitiba

Economia de proximidade foi a solução encontrada por comerciantes do Mercado Municipal de Curitiba
O Mercado Municipal de Curitiba comemora 61 anos, com direito a um bolo de 61 quilos e a presença do prefeito Rafael Greca. Foto:Luiz Costa/SMCS(arquivo)

Em tempos de pandemia e isolamento social, muitos estabelecimentos tradicionais passam por sérios problemas, diante da ausência dos clientes.  Enquanto alguns negócios juntaram-se aos aplicativos de delivery e entrega como IFood, Rappi e James, outros empreendedores partiram ao que os economistas chamam de economia de proximidade – algo que caminha no sentido oposto ao da globalização e que tem a ver com produzir localmente, transformar localmente e consumir localmente.

Essa foi a solução encontrada por muitos dos comerciantes do Mercado Municipal de Curitiba, que desde março contam com uma lista de delivery e take away no seu site. “Foram 15 dias de portas fechadas para o público, mas não podíamos parar. Além de vendermos itens de utilidade básica como alimentos, por exemplo, trata-se da economia de mais de 500 famílias que dependem diretamente dos negócios que fazem do Mercado um dos principais centros comerciais de Curitiba”, descreve Mário Shiguemitu Yamasaki, presidente da Associação dos Comerciantes Estabelecidos no Mercado Municipal de Curitiba (Ascesme).

Comerciante se reinventa 

A empreendedora Mirthes Shimada, da Lanchonete e Pastelaria Ninki é um exemplo de sucesso neste formato. Logo no primeiro dia que o Mercado Municipal fechou para o público, ela se reinventou rapidamente. “Como ainda tinham algumas pessoas vindo trabalhar no Mercado, organizar as coisas, eu fui de loja em loja, e ofereci lanches rápidos, fiz todos os pedidos, cozinhei, entreguei e cobrei”, lembra, contando que nos primeiros dias de pandemia atuou sozinha no estabelecimento que gerencia há mais de 20 anos no Mercado Municipal.  

No primeiro dia foram vendidos 20 lanches, menos de 10% dos pedidos habituais pré-pandemia. No segundo dia, um pouco mais, e aí ela passou a aceitar pedidos via whatsapp de toda a região. Mirthes relata que ainda não chegou a 200 lanches por dia, mas na semana passada, atingiu 80% do seu faturamento diário graças ao novo sistema comercial implantado. “As vendas pelo whatsapp estão representando ¼ do meu faturamento e pretendo continuar mesmo quando a pandemia acabar”, descreve a empresária.

Vendas pelo whatsapp

Outro caso é de Yoshihiro Yamasaki, da Banca do Yamasaki. Apesar de já trabalhar com delivery antes da pandemia, foi no período de isolamento social que o sistema ganhou destaque. Hoje, cerca de 40% do faturamento do estabelecimento vem das entregas: “Nós aprimoramos o contato com o cliente via WhatsApp, dando mais atenção para cada conversa. O resultado dessa proximidade com o consumidor está sendo tão positivo que tivemos que contratar novos motoboys para nos ajudar”.

Além de movimentar os negócios e atender a demanda de clientes que, por comodidade ou por necessidade, optam por receber os pedidos em casa, este modelo favorece a economia e os produtores locais. Também é um modelo mais pessoal, com atendimento personalizado e fidelidade conquistada.

Conheça os estabelecimentos do Mercado Municipal de Curitiba que estão oferecendo delivery neste formato pelo www.mercadomunicipaldecuritiba.com.br

Horário de funcionamento em período de isolamento social:
Terça a sábado das 8h às 18h
Domingo das 8h às 13h
Segunda: Fechado

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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