Economia de proximidade foi a solução encontrada por comerciantes do Mercado Municipal de Curitiba
Em tempos de pandemia e isolamento social, muitos estabelecimentos tradicionais passam por sérios problemas, diante da ausência dos clientes. Enquanto alguns negócios juntaram-se aos aplicativos de delivery e entrega como IFood, Rappi e James, outros empreendedores partiram ao que os economistas chamam de economia de proximidade – algo que caminha no sentido oposto ao da globalização e que tem a ver com produzir localmente, transformar localmente e consumir localmente.
Essa foi a solução encontrada por muitos dos comerciantes do Mercado Municipal de Curitiba, que desde março contam com uma lista de delivery e take away no seu site. “Foram 15 dias de portas fechadas para o público, mas não podíamos parar. Além de vendermos itens de utilidade básica como alimentos, por exemplo, trata-se da economia de mais de 500 famílias que dependem diretamente dos negócios que fazem do Mercado um dos principais centros comerciais de Curitiba”, descreve Mário Shiguemitu Yamasaki, presidente da Associação dos Comerciantes Estabelecidos no Mercado Municipal de Curitiba (Ascesme).
Comerciante se reinventa
A empreendedora Mirthes Shimada, da Lanchonete e Pastelaria Ninki é um exemplo de sucesso neste formato. Logo no primeiro dia que o Mercado Municipal fechou para o público, ela se reinventou rapidamente. “Como ainda tinham algumas pessoas vindo trabalhar no Mercado, organizar as coisas, eu fui de loja em loja, e ofereci lanches rápidos, fiz todos os pedidos, cozinhei, entreguei e cobrei”, lembra, contando que nos primeiros dias de pandemia atuou sozinha no estabelecimento que gerencia há mais de 20 anos no Mercado Municipal.
No primeiro dia foram vendidos 20 lanches, menos de 10% dos pedidos habituais pré-pandemia. No segundo dia, um pouco mais, e aí ela passou a aceitar pedidos via whatsapp de toda a região. Mirthes relata que ainda não chegou a 200 lanches por dia, mas na semana passada, atingiu 80% do seu faturamento diário graças ao novo sistema comercial implantado. “As vendas pelo whatsapp estão representando ¼ do meu faturamento e pretendo continuar mesmo quando a pandemia acabar”, descreve a empresária.
Vendas pelo whatsapp
Outro caso é de Yoshihiro Yamasaki, da Banca do Yamasaki. Apesar de já trabalhar com delivery antes da pandemia, foi no período de isolamento social que o sistema ganhou destaque. Hoje, cerca de 40% do faturamento do estabelecimento vem das entregas: “Nós aprimoramos o contato com o cliente via WhatsApp, dando mais atenção para cada conversa. O resultado dessa proximidade com o consumidor está sendo tão positivo que tivemos que contratar novos motoboys para nos ajudar”.
Além de movimentar os negócios e atender a demanda de clientes que, por comodidade ou por necessidade, optam por receber os pedidos em casa, este modelo favorece a economia e os produtores locais. Também é um modelo mais pessoal, com atendimento personalizado e fidelidade conquistada.
Conheça os estabelecimentos do Mercado Municipal de Curitiba que estão oferecendo delivery neste formato pelo www.mercadomunicipaldecuritiba.com.br
Horário de funcionamento em período de isolamento social:
Terça a sábado das 8h às 18h
Domingo das 8h às 13h
Segunda: Fechado