Fraudes contra seguradoras de veículos aumentam 117%

Fraudes contra seguradoras de veículos aumentam 117%

O número das fraudes contra seguros de veículos aumentou em 117% em maio de 2020 comparado com o mesmo período de 2019.  Os dados são de levantamento exclusivo da Ituran Brasil, maior empresa de rastreamento veicular do mundo.

 Levando-se em conta apenas os casos de roubo e furto de veículos, os dados mostram que, no intervalo entre os dias 1º e 24 maio do ano passado, a cada 100 queixas, 6 eram fraudes. Neste mesmo período de 2020, a cada 100 denúncias, 13 são fraudulentas.

 Os dados são obtidos por meio de tecnologia única, utilizada pela Ituran Brasil, que considera o cruzamento das informações relatadas pelas vítimas, com os dados dos rastreadores instalados nos veículos e interpretados por algoritmos de inteligência artificial. A base com o número de veículos e o total de casos registrados de roubos e furtos é considerada estratégica pela empresa e, portanto, sigilosa.

 De acordo com Rodrigo Boutti, gerente de operações da Ituran Brasil são diversos os fatores que levam as pessoas a tentarem fraudar. “A combinação da diferença entre o valor da Fipe, versus o valor de mercado, queda na renda das famílias e falta de necessidade do carro para se deslocar são os principais fatores para o aumento nos casos”, analisa. “Como muitos não precisam mais se locomover para trabalhar, o carro vira apenas ‘um custo’ e, por isto, visto como algo que precisa ser eliminado”, esclarece.

 “Devido à crise, por conta do isolamento devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o mercado de veículos está parado, principalmente o de carros usados, o que leva a uma queda no preço”, explica. “Ou seja, as pessoas que compraram seus veículos antes da pandemia, estão vendo os seus bens perderem valor, principalmente se houver avarias”, diz Boutti. “Pequenos amassados ou riscos – que não são baratos para arrumar – desvalorizam ainda mais os carros usados e isto torna ainda mais tratativa ‘tentação’ de burlar o sistema”, continua.

 Para o gerente de operações da Ituran Brasil, a queda na renda das famílias, provocada pelo desemprego de um dos membros ou da redução de salários também influencia no aumento das tentativas de fraude. “Na Tabela Fipe – referência para o pagamento das indenizações – o valor está muito mais atrativo do que o valor atual de mercado do carro. Então, em vez de venderem por um preço mais baixo, muitos tentam enganar as seguradoras para receber mais”, pondera Boutti.

Quem tenta burlar o sistema das seguradoras está cometendo crime e, portanto, sujeito às penalidades impostas pela lei:

Art. 171 – Estelionato

Estelionato é capitulado segundo o código penal brasileiro como crime contra o patrimônio, sendo definido como “obter, para si ou para outro, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.

Pena – Pena Reclusão, de um a cinco anos, e multa (caput)

Cap. V – Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

Destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Art. 340 – Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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