Impactos sobre o consumo em restaurantes são amenizados na segunda quinzena de maio

A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios, incentivos e gestão de despesas corporativas, apresenta informações atualizados sobre os impactos da Covid-19 sobre o consumo em supermercados e restaurantes.
Esses impactos foram registrados a partir da análise do comportamento dos Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) e Índices de Consumo em Supermercados (ICS), elaborados a partir da utilização dos cartões Alelo Alimentação e Alelo Refeição, incluindo quantidade e valor das transações, além do número de estabelecimentos que receberam pagamentos com os cartões, entre 1º de janeiro de 2018 e 31 de maio 2020. Como referência para o levantamento dos impactos da pandemia sobre o consumo, os valores recentes dos índices foram comparados às médias observadas ao longo de 2019.
Na comparação entre a segunda quinzena de maio e períodos anteriores, a análise dos Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) revela uma amenização dos impactos negativos observados sobre o volume e valor das transações, bem como sobre a quantidade de estabelecimentos comerciais desse segmento que realizaram transações no período.
Em detalhe, se, na primeira quinzena de abril, os índices apontavam impactos de -67,7% (volume de transações), -56,7% (valor das transações) e -40,5% (número de estabelecimentos), o levantamento da segunda quinzena de maio mostra que os efeitos passaram a -54,2% (volume) -31,8% (valor) e -19,5% (número de estabelecimentos).
Entre as hipóteses consideradas para contextualizar esses resultados está a adaptação progressiva dos hábitos de consumo e dos canais de atendimento dos estabelecimentos comerciais às restrições vigentes durante a quarentena – a exemplo do uso de aplicativos, serviços de entrega a domicílio e opção de retirada em balcão.
“O surgimento das restrições que a pandemia trouxe à sociedade fez com que todos – empresas, consumidores e trabalhadores – buscassem novas formas de relacionamento, trabalho e consumo. Aos poucos, as adaptações à nova realidade vão permitindo alguma retomada das atividades”, destaca Eduardo Zylberstajn, pesquisador da Fipe.
Por outro lado, os Índices de Consumo em Supermercados (ICS), mostra que o fluxo de consumo e vendas nesse segmento continua sendo menos afetado pela pandemia e pelas medidas contingenciais. Em particular, o principal impacto observado no comportamento do consumo continua sendo a redução no número de transações nesses estabelecimentos.
De toda forma, os impactos registrados nos índices foram relativamente menos expressivos na segunda quinzena de maio (-14,2%), em relação à queda registrada na primeira quinzena de abril (-19,2%). Em compensação, registrou-se novamente um impacto positivo no índice que monitora o valor gasto em supermercados (alta de 12,7% na segunda quinzena de maio).
“Vemos que a manutenção da operação desses estabelecimentos durante a pandemia, como parte dos chamados serviços essenciais para a população que diminuiu a frequência, mas não deixou de consumir”, afirma Cesário Nakamura, presidente da Alelo.