Para minimizar impactos da Covid-19, crédito foi a alternativa menos utilizada pelas empresas

Para minimizar impactos da Covid-19, crédito foi a alternativa menos utilizada pelas empresas

As empresas brasileiras, fortemente impactadas pela pandemia, têm buscado diversos mecanismos para se manterem sustentáveis. Estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) sugere que a oferta de crédito, dentre as medidas adotadas pelo governo para minimizar os impactos econômicos da Covid-19, foi a menos utilizada pelos empresários consultados. Suspensão temporária do contrato de trabalho, redução das jornadas e dos salários e adiamento do pagamento de impostos foram as que mais tiveram adesão.

De acordo com o levantamento, 67,6% das empresas do setor de Serviços e 63,3% dos empresários da Indústria utilizaram pelo menos uma das modalidades oferecidas pelo governo – percentual bem maior que os cerca de 40% dos setores do Comércio e da Construção. Quando analisados os dados, verificou-se que apenas 19,5% das empresas da Construção recorreram ao crédito, com destaque para as grandes corporações, enquanto que nos demais setores o percentual ficou em 14,8% (Serviços), 7,2% (Comércio), e 5,5% (Indústria de transformação).

Principais modalidades dos programas utilizados pelas empresas (%)

Para Viviane Seda, coordenadora das Sondagens do FGV IBRE, as dificuldades de acesso ao crédito podem ter inibido os empresários, e por isso o governo vem tentando diminuir a burocracia. “Em um primeiro momento, as taxas que estavam sendo oferecidas eram mais elevadas e a burocracia era a mesma do período anterior à crise. As empresas que tinham dívida não conseguiram obter crédito e a aprovação estava relacionada à manutenção dos empregos. Além disso, as empresas tinham que ter as folhas de pagamento atreladas a uma instituição bancária, algo que não ocorre com micro e pequenas empresas, que são também as que mais empregam no país”, destacou a economista, uma das responsáveis pela pesquisa.

Famílias brasileiras foram bastante afetadas

As medidas adotadas pelo governo permitiram que parte dos empregos fosse preservada. Entretanto, ainda assim mais de 70% dos brasileiros foram afetados de alguma forma. A pesquisa apontou que 33,3% das famílias afirmaram ter algum tipo de conta em atraso. Desse percentual, para 24,8% o problema se intensificou com a pandemia. O percentual de famílias com dívidas sobe para 44,5% quando consideradas respostas das com renda mais baixa, de até R$ 2.100, superior a média.

“Apesar de muitas empresas terem aderido aos programas, houve aumento significativo do desemprego e redução de salário, afetando principalmente as famílias de menor poder aquisitivo, que têm mais dificuldade para poupar”, concluiu Viviane.

O estudo preliminar de junho, realizado nas sondagens empresariais e do consumidor do FGV IBRE, considerou as respostas enviadas até o dia 22.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *