Quase 2 milhões de empresas devem migrar de regime com a nova Reforma Tributária

Quase 2 milhões de empresas devem migrar de regime com a nova Reforma Tributária

A proposta que o Governo Federal enviou ao Congresso Nacional – e que tende a ser aprovada em breve – deve fazer com que cerca de 50% das empresas hoje no regime tributário do Lucro Presumido migrem para Lucro Real. Essa mudança poderá deve ser realizada até abril de 2021.

Isso porque, as alterações exigirão das empresas uma gestão fiscal e contábil de forma completa e mensal. A avaliação é do advogado tributarista Lucas Ribeiro, sócio-diretor da ROIT Consultoria e Contabilidade, accountech especializada no atendimento a empresas em Lucro Real, em todo o país.

O executivo explica que pela proposta, os tributos PIS e Cofins serão substituídos por um novo, a Contribuição sobre operações com Bens e Serviços (CBS). Hoje, PIS e Cofins têm alíquotas totais de 3,65% para Lucro Presumido, sem créditos tributários, e de 9,25% para Lucro Real, com créditos. A nova CBS terá alíquota de 12% de crédito nas aquisições e de 12% de débito na saída, sobre receita bruta.

Lucro Presumido será inviável

Assim, ressalta Lucas Ribeiro, que o Lucro Presumido se tornará inviável para muitas empresas, que passarão a tributar a CBS com uma carga efetiva maior, reduzindo sua lucratividade e ainda, já terão que operar exatamente igual ao Lucro Real, lançando e contabilizando todas as suas aquisições mês a mês. “Vale lembrar que muitas empresas estão no Lucro Presumido por comodidade apenas, e por não conhecerem de fato seus resultados, o que mudará em absoluto com a CBS, porque sem controles a empresa tributará 12% a mais de tudo aquilo que não tiver documento fiscal lançado corretamente e no prazo”, observa o especialista.

De acordo com um recente estudo realizado pela ROIT, existem no Brasil 3,4 milhões de empresas enquadradas no Lucro Presumido, universo constituído basicamente por pequenas e médias empresas. 

Adaptação será difícil 

Além da Reforma Tributária não prever grandes prazos para sua adaptação (serão apenas 6 meses), o seu cumprimento não será uma tarefa fácil para a maioria das empresas.

Segundo Lucas Ribeiro, grande parte dos profissionais e escritórios de contabilidade não estão preparados para o Lucro Real, regime tributário que exige controle e gestão. “Inclusive existem processos que necessitam de alto nível de automação, indispensável para que esse novo mercado seja atendido” assinala.

Além da robotização, manter alta qualificação profissional será imprescindível também. “Investimentos em qualificação serão necessários, para garantir que a empresa tenha a menor tributação possível, de forma segura, uma vez que apurar tributos e contabilizar será exatamente igual para o Lucro Real e para o Lucro Presumido. Muitas contabilidades e profissionais precisarão mudar completamente sua forma de trabalho”, sublinha Ribeiro.

Serão necessários investimentos pesados para atender a demanda de mercado por parte das contabilidades, que terão aumento de demanda com a reforma e, embora mais complexo, é neste nicho – de Lucro Real, que está maior potencial de mercado de expansão do setor de contabilidade nos próximos, aponta o estudo da ROIT.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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