Armadilhas que levam ao endividamento

Armadilhas que levam ao endividamento

Mais da metade dos brasileiros estão endividados, segundo pesquisa do Ipea. Apesar do peso da palavra, as dívidas não são necessariamente um coisa ruim. Financiamentos podem ser saudáveis para compra de bens duráveis, viagens, despesas com saúde, entre outros inúmeros motivos.

O problema chega quando as coisas saem do controle por falta de planejamento ou imprevistos. É o que mostra um levantamento realizado pela Acordo Certo, maior empresa de renegociação de dívidas online do Brasil, que apontou que 82% dos brasileiros tiveram renda diminuída com a pandemia da Covid-19.

Se livrar das dívidas e recuperar o bem-estar financeiro é possível. Porém, é preciso fazer um diagnóstico da forma como cada uma lida com o dinheiro para mudar isso. Para ajudar a identificar o problema, Dilson Sá, CEO da Acordo Certo, aponta as armadilhas mais comuns e dá dicas de como mudar esses hábitos.

Não ter conhecimento sobre a sua situação financeira

Um dos principais fatores que levam as pessoas ao endividamento é a falta de conhecimento sobre a sua situação financeira.

Poucos sabem dizer quais são exatamente as entradas de dinheiro que terão no mês e quais exatamente serão os gastos no período. As despesas fixas mensais, como os gastos com alimentação, conta de água, de energia, celular, etc., muitas vezes comprometem boa parte dos nossos ganhos pessoais e por isso precisam ser controlados.

Planejar as despesas ajuda a identificar quanto entra e o que sobra dos gastos fixos pode ser usado nos gastos não-essenciais como um passeio, uma peça de roupa nova ou até um investimento. A falta de planejamento, principalmente na hora de adquirir um bem de maior valor, é uma das principais causas do endividamento.

Antes de comprar algo parcelado, é preciso se planejar, listar todos os prós e contras e verificar se o consumidor realmente terá condições de pagar as prestações.

Usar o cartão de crédito ou cheque especial como uma extensão da renda

Sem ter a clareza sobre o orçamento, é fácil se iludir em relação ao cartão de crédito ou ao cheque especial, tratando como se fossem uma extensão da sua renda. Existe ainda uma confusão entre o dinheiro que a pessoa tem e o crédito que o sistema financeiro disponibiliza.

O que muitos esquecem é que o dinheiro emprestado pelo banco ou instituição financeira implica em juros e é uma dívida. Ou seja: além de acabar gastando mais ao usá-lo, caso não consiga pagar em dia, o cliente pode ver sua dívida crescer rápido e sua situação se complicar. 

Comprar por impulso

Outro comportamento que prejudica seu bem-estar financeiro são as compras por impulso. São aquelas comprinhas não planejadas, como um produto que vemos na vitrine de uma loja ou em um anúncio tentador na internet.

 Muitas vezes as despesas ultrapassam a receita e a pessoa tem de recorrer a empréstimos a juros altos, o que transforma a dívida em uma bola de neve.

Por isso, na hora de planejar o orçamento, é importante prever um valor para “supérfluos”. Na hora de comprar, pesquise preços e avalie quais objetos de desejo são prioridade. Assim, você evita entrar em uma dívida por conta de um impulso.

Entrar no rotativo do cartão de crédito

Uma das grandes armadilhas que levam ao endividamento é o crédito rotativo do cartão. Quando o consumidor não paga o valor integral da fatura, entra em uma bola de neve dos juros e uma compra de valor baixo, depois de pouco tempo se torna em uma cifra alta.

Isso não quer dizer que as pessoas não devem usar cartões de crédito, mas sim que é preciso planejar as compras.

Ter um bom limite não significa que o consumidor terá condições de pagar parcelas altas todo mês.

Para não entrar no rotativo, considere outras opções mais econômicas, como o parcelamento da fatura ou mesmo um empréstimo com juros menores. 

Não considerar uma reserva de emergência

 Mesmo com todas as contas em dia, se a pessoa não tiver nenhuma “sobra” que possa ser guardada, ela poderá ficar mais vulnerável a adquirir dívidas.

Isso porque, caso aconteça uma emergência, como um problema de saúde ou a necessidade de fazer um reparo na casa ou carro, será preciso recorrer ao cartão de crédito, cheque especial, empréstimo ou parcelamentos para conseguir lidar com o ocorrido.

Por isso, é importante se planejar para construir uma reserva de emergência, mesmo que leve tempo para juntar.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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