BioParque e KPMG criam o primeiro fundo de investimento do mercado funerário brasileiro

BioParque e KPMG criam o primeiro fundo de investimento do mercado funerário brasileiro

A nova parceria desenvolvida entre o BioParque e a KPMG, com a criação de um fundo de investimentos para a captação de recursos ESG (Environmental, social and corporate governance), tem como objetivo promover governança ambiental, social e corporativa, visando a medição da sustentabilidade e do impacto social dos investimentos promovidos pela parceria no mercado póstumo brasileiro.

Com essa parceria, o BioParque se torna o primeiro negócio com vocação ESG no segmento funerário, em todo Brasil. De acordo com Hugo Tanure (foto), CEO da Seven Capital, empresa responsável pelo empreendimento, “todos os principais bancos e empresas mundiais estão à procura de negócios com premissas de sustentabilidade, governança e apelo social, fazendo com que a parceria entre o BioParque e a KPMG seja uma iniciativa pioneira em todo setor funerário”.

Setor movimenta bilhões de reais

No primeiro semestre de 2020, os ingressos líquidos em fundos de investimento ESG alcançaram US$ 21 bilhões, de acordo com os dados da Morningstar. Número que se equipara ao recorde do ano passado, no mesmo período.

Nesse sentido, a parceria entre BioParque e KPMG prevê a entrada de ativos em um setor que já movimenta bilhões de reais por ano em todo Brasil.

BioParque

Criado a partir da união entre a Seven Capital e as empresas Primaveras, de São Paulo; Grupo Parque, de Alagoas, e a Prevenir, de Minas Gerais, o BioParque é um empreendimento que une a ressignificação da morte à consciência ecológica, ao transformar cemitérios em bosques.

Oferecendo aos seus clientes a possibilidade de vivenciar uma experiência singular e exclusiva, o BioParque propõe transformar as cinzas do ente querido em parte de um substrato preparado para o plantio de árvores a serem escolhidas por quem presta a homenagem.

O resultado, além de oferecer a chance para milhares de famílias mudarem a percepção sobre a morte, permite que estas contribuam para a construção de um parque que, no lugar de túmulos, esteja repleto de árvores que colaboram para a sustentabilidade da flora e da fauna locais.

Após escolher uma entre várias espécies típicas regionais, em cerimônias especiais, as famílias realizam o plantio de sementes em BioUrnas, isto é, em urnas ecológicas patenteadas pelo BioParque e desenvolvidas na Espanha por designers catalães. Essas urnas são monitoradas de 12 a 24 meses por uma equipe de especialistas no IncubCenter, uma espécie de viveiro ultra tecnológico. Após esse período, uma nova cerimônia é agendada para o plantio definitivo da árvore no solo do parque.

Investimento

Para a realização do empreendimento, foram realizados investimentos de aproximadamente R$ 150 milhões, destinados à aplicação de tecnologias para o tratamento das cinzas, cultivo, plantio e construção dos parques. Modelo exclusivo do BioParque, tornando a iniciativa totalmente pioneira na América Latina e semelhante a outras propostas existentes ao redor do mundo.

O lançamento do BioParque se deu em agosto de 2019, com a inauguração de um showroom e de um IncubCenter, no bairro Sion, em Belo Horizonte – MG. Nesse espaço, onde ocorre o desenvolvimento inicial das plantas, funciona também um showroom onde os clientes realizam a aquisição das árvores e as cerimônias de plantio das sementes.

A primeira unidade do BioParque está localizada em Nova Lima – MG, e a expectativa é que ainda neste ano seja completamente inaugurada. Espera-se também a inauguração de uma nova unidade em São Paulo, em 2021.

Com isso, o grupo espera alcançar em 2020, um faturamento de aproximadamente R$ 220 milhões com a soma dos negócios funerários. Em seu plano de expansão, está previsto também a implantação de outros BioParques nas cidades de Curitiba, Brasília, Salvador e Rio de Janeiro, além da abertura de franquias em cidades de médio porte de todo país.

Mercado

O setor funerário no Brasil movimenta cerca de R$ 7 bilhões ao ano, segundo o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios do Brasil – SINCEP. Com isso, o número de crematórios no país aumentou 1000% em 20 anos, associado ao surgimento de novos serviços que buscam ressignificar a morte e o luto. Pois, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, cerca de 3.500 pessoas morrem diariamente no Brasil e, ainda de acordo com o órgão, dentro de 28 anos o país terá mais mortes do que nascimentos anualmente.

Neste mercado com o crescimento anual variando entre 10 e 15% ao ano, a cremação vem se consolidando como um forte viés cultural em diversos países. Do ponto de vista científico, tal crescimento está relacionado à uma prática que interrompe o ciclo de vida de muitos micro-organismos danosos à saúde. Sob a ótica da vida urbana, este resolve ainda diversos problemas de uso e ocupação do solo nas grandes cidades, já supersaturadas por populações extremamente numerosas.

Neste contexto, em que a destinação das cinzas, muitas vezes, acaba se transformando em um dilema para as famílias, os investimentos realizados nos BioParque buscam justamente resolver essa questão. Iniciativa que acaba criando não só uma solução ecológica para o mercado póstumo, mas um processo humanizado que traga leveza e um novo olhar para a morte, ao celebrar e cultivar a vida, a partir do momento mais angustiante de nossa condição humana.

Com a consolidação do projeto, o grupo investidor almeja a abertura do capital da companhia e o alinhamento com fundos do Private Equaty, planejando, por fim, uma expansão para o restante da América Latina e América do Norte.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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