Isolamento social impacta coleta e reciclagem de óleo vegetal

Isolamento social impacta coleta e reciclagem de óleo vegetal

O isolamento social imposto pela pandemia prejudicou a coleta de óleo vegetal e, consequentemente, se refletiu na reciclagem. Eu conversei com o sócio diretor da Ambiental Santos, empresa pioneira no Paraná na coleta e reciclagem de óleos e gorduras, o Vitor Dalcin, e ele me disse que, hoje, a coleta está 50% abaixo do normal, mas este percentual chegou a 90% no primeiro mês de lockdown, em março do ano passado.

Segundo o empresário, a Ambiental Santos perdeu mil restaurantes que faziam parte de sua carteira de clientes, e que fecharam suas portas devido à pandemia. Também o consumo do óleo vegetal nos domicílios vem caindo. Com a queda do poder aquisitivo e a alta nos preços do óleo, o consumidor está fazendo menos frituras. Com isso, diminui o produto destinado à reciclagem.

A Ambiental Santos que coleta e recicla óleo vegetal há 25 anos, e tem sua sede em Itaperuçu, conta atualmente com  6 mil clientes ativos, mas chegou a atender 12 mil estabelecimentos. A coleta do óleo vegetal é feita pela empresa em Curitiba e região metropolitana, região dos Campos Gerais, e todo o litoral paranaense e catarinense.

Vitor Dalcin me informou que embora o volume de negócios tenha diminuído, a perda no faturamento não aconteceu devido à alta do preço dos produtos. Ele destaca que os preços do óleo de soja subiram 130%, as embalagens foram reajustadas em 100% e as cotações dos insumos em geral, simplesmente dobraram.

Agora, com a queda da coleta de óleo vegetal para reciclagem e o aumento do consumo de produtos de limpeza, nestes 15 meses de pandemia, a indústria química se ressente da falta de insumos. Dalcin me explicou que as indústrias de produtos de limpeza estão  substituindo a gordura vegetal pelo sebo bovino. Outros produtos utilizados pela indústria química, cujos pedidos eram entregues em dois dias, antes da pandemia, demoram agora até 15 dias, obrigando as empresas a fazerem novos planejamentos.

Por fim, o diretor da Ambiental Santos me disse que o mercado de coleta e reciclagem de óleo vegetal é bastante concorrido. Porém, este é um segmento que está sujeito a muitas normas. Várias empresas se dizem licenciadas, quando na verdade, não têm nem sequer um químico responsável e muito menos o amparo legal. Portanto, empresas e consumidores quando forem contratar os serviços de coleta, devem fazer uma pesquisa nos órgãos ambientais competentes para saber se a empresa tem licença para trabalhar no setor.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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