Aceleração da transformação digital permite que pequenas empresas cheguem aos grandes negócios
A transformação digital pós-Covid-19 gera negócios e aproxima países foi o tema debatido na manhã desta terça-feira (08) por executivos e diretores de empresas alemãs e brasileiras na 5ª edição do Café com Jornalistas, evento promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná). Devido à pandemia, o encontro, que é realizado anualmente, foi adaptado ao formato virtual.
O cenário traçado pelos executivos e diretores da AHK Paraná, tanto para o presente quanto para o futuro, foi bastante positivo. Na ocasião, o presidente para a América do Sul da Brose do Brasil, Max Forte, informou que a indústria que tem fábrica em São José dos Pinhais, assinou contrato com uma montadora de carros elétricos dos Estados Unidos para exportar levantadores de vidros aos novos veículos, que devem começar a ser produzidos ainda este ano na unidade paranaense.
O executivo não revelou o nome da montadora por questões contratuais, mas adiantou que é uma nova indústria automotiva localizada na região nordeste dos Estados Unidos e que vai produzir, anualmente, entre 60 mil e 80 mil veículos elétricos.
Max Forte destacou que a transformação digital que foi acelerada neste período de pandemia trouxe capacidade das empresas menores chegarem a grandes mercados. Na sua avaliação, com a digitalização dos negócios o tamanho da empresa não faz diferença, mas sim o seu modelo de inovação.
De acordo com o presidente da Brose, cada vez mais os brasileiros são reconhecidos pela sua capacidade criativa e isso faz parte da cultura de saber administrar crises.
Ainda segundo Max Forte, a transformação digital não ocorre apenas com novos softwares ou com a indústria 4.0, mas sim com a mudança de cultura e cabeça das pessoas. “É muito mais do que máquinas. Tem que mudar a mentalidade dos clientes e trabalhadores”, destaca.
O conselheiro da AHK, Daniel da Rosa, chama a atenção de que a transformação digital não é mais um item do futuro, mas está presente agora. “O mundo só não parou na pandemia devido à transformação digital. A pandemia fez em seis meses o que as empresas planejavam para daqui seis a sete anos.
Investimentos
O diretor da AHK Paraná, Andreas Hoffrichter, disse aos participantes do evento que a Alemanha continua vendo o Brasil como um celeiro de investimentos e informou que mais de mil empresas alemães estão presentes no País, gerando cerca de 350 mil de empregos.
Hoffrichter falou também sobre os investimentos em hidrogênio verde e como esse combustível deve transformar a indústria. Ele adiantou que a Alemanha pretende trazer essa tecnologia para o Brasil, mas a demanda tem que crescer.
Já o representante da Bosch, Jairo Kohn, que é responsável pela área de Logística, disse que mesmo na pandemia a companhia continua investindo. A fábrica da Bosch na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) recebeu investimento de R$ 170 milhões para a nacionalização de bombas injetoras. “A Bosch acredita no Brasil e isso é um sinal que o País é competitivo”, destaca Kohn.
Expo Alemanha 2021
Outro tema inédito apresentado pelo gerente da AHK Paraná, Augusto Michells, foi sobre a feira multissetorial virtual das AHKs da América Latina, a Expo Alemanha, que será realizada entre os dias 6 e 9 de julho. O evento reunirá mais de 300 expositores de diferentes países.
“A iniciativa das câmaras alemãs latino-americanas inclui a AHK Paraná e abre um leque de possibilidades de negócios e acordos comerciais para empresas que buscam alcançar o mercado internacional. A expectativa é que mais de 200 mil pessoas visitem o ambiente do evento”, afirma. O gerente acrescenta que, no novo cenário, é a primeira vez que as organizações paranaenses poderão participar de uma feira neste formato e com diferentes organizações de toda a América Latina.