Diferenças geracionais criam novos desafios na busca pelo engajamento profissional
Estudo aponta que empresas com colaboradores comprometidos apresentam melhor rendimento
Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Gallup em 2020 escancarou a diferença de resultados entre profissionais engajados e não engajados. Envolvendo mais de 1,8 milhão de colaboradores, de 230 empresas e 73 países diferentes, a pesquisa indicou que trabalhadores comprometidos vendem 20% a mais, são 17% mais produtivos e apresentam 40% a menos de absenteísmo. Além disso, empresas que apresentaram maior nível médio de envolvimento em sua equipe geram 21% a mais de lucro.
Tais dados evidenciam a importância de se criar uma liderança positiva no ambiente de trabalho. Porém, se os números favoráveis chamam a atenção, o mesmo pode ser dito sobre a dificuldade de se atingir esse nível de compreensão sobre o que incentiva uma equipe a se manter motivada. Segundo Richard Uchoa, CEO da Revvo, líder em aprendizagem corporativa digital no país, a principal questão colocada pelas empresas nesse sentido é uma mudança drástica no que os profissionais exigem por parte dos seus líderes. De acordo com o executivo, os tempos modernos fizeram com que o engajamento profissional fosse fruto de fontes diferentes numa comparação com alguns anos atrás.
“As habilidades de liderança nos tempos de hoje passaram a ser exercidas em novos canais e os modelos de gestão de equipes, que por décadas tinham como premissa o tão falado comando e controle – que vem de uma ótica mais mecanicista, voltada somente ao ganho de eficiência -, agora passam a ser questionados, priorizando na pauta do líder a necessidade de saber trabalhar melhor a conexão e autonomia de seus colaboradores”, explica Richard.
Nova premissa
Diante desse cenário de reforma no que diz respeito à influência positiva, as expectativas quanto ao papel dos líderes foram atualizadas seguindo uma nova premissa, que o fórum econômico mundial está chamando de “liderança responsável”, com cinco pilares fundamentais capacidade de incluir as partes interessadas no processo de tomada de decisão; de explorar o que há de melhor da emoção e intuição das pessoas; de desenvolver missão e propósito; de ter tecnologia e inovação como aliados e, não menos importante, na capacidade criativa de trabalhar o intelecto e insights frente a novas oportunidades.
Um novo viés
Todas essas transformações se dão justamente para acompanhar uma nova forma com que a sociedade tem encarado as questões profissionais. Ainda conforme o CEO da Revvo, todas essas mudanças acabaram trazendo impactos importantes na forma como os funcionários veem as suas empresas. Nesse sentido, os profissionais não enxergam mais a companhia somente como o lugar que lhe garante apenas o salário. Atualmente, o trabalhador busca fazer parte de uma organização com ideais e cultura que se encaixem com o que acredita ser o correto.
“O tema engajamento passou a incluir também a necessidade de entender melhor o cenário, aterrissar as diferentes expectativas – incluindo também o reconhecimento da diversidade geracional – e se preocupar mais em criar conexão com a visão do colaborador sobre aspectos mais intangíveis da empresa, como cultura e valores, e assim repensar os modelos de carreira e os estilos de liderança”, ressalta o especialista.
Diante de todo esse contexto, para Richard, manter uma equipe profissional engajada é uma tarefa complexa e exigente nos dias de hoje, sobretudo ao considerar os conflitos internos, principalmente os geracionais, inseridos nesse cenário. No entanto, o executivo reafirma que este esforço acaba sendo recompensado, tanto pelos números, como mostra a pesquisa Gallup, como também na retenção de talentos, na execução do trabalho e na convivência mais harmônica entre profissionais.
“A lógica é simples: a gente não se conecta com o que não acredita. Respeitar os aspectos individuais das pessoas, levando em conta essas diferenças geracionais e pessoais de cada um, acaba sendo exercício fundamental e extremamente saudável para qualquer empresa”, completa.
Ferramenta inédita
Com o propósito de conscientizar líderes sobre as mudanças nas habilidades necessárias para um modelo de gestão eficiente e transparente, a Revvo criou uma espécie de calculadora capaz de medir o nível de engajamento dos profissionais de uma empresa. Gratuito, o instrumento é inédito no mercado e está disponível ao público por meio do site da edtech.
A ferramenta interativa foi concebida para auxiliar as companhias a avaliarem como estão conduzindo o processo de envolvimento dos funcionários e dar condição para um trabalho mais assertivo que leve em conta a visão do time e a capacidade de aprender do mesmo a cada novo desafio de uma maneira mais estruturada.