Mesmo com a desaceleração no primeiro semestre, setor pet deve faturar R$ 68,4 bilhões em 2023

Mesmo com a desaceleração no primeiro semestre, setor pet deve faturar R$ 68,4 bilhões em 2023

Percentual de crescimento do ano será de 13,6%, o menor desde 2019

Com base no desempenho do primeiro semestre, a estimativa atualizada do IPB (Instituto Pet Brasil) aponta que o faturamento do setor pet chegará a R$ 68,4 bilhões em 2023, uma alta de 13,6% na comparação com 2022. Apesar do crescimento, se o percentual se consolidar, será o menor índice de aumento registrado desde 2019.

Desde 2020, a taxa de crescimento vinha acima dos 15%, marcando 15,5% em 2020, 27% em 2021 e 16,4% em 2022. A última vez que esse valor ficou abaixo foi em 2019, quando registrou apenas 3%. A projeção do primeiro semestre ainda mostra um leve aumento na comparação com a prospecção feita no primeiro trimestre, que previa um aumento de 12,1%.

A projeção tem como fonte números do Data Pet, plataforma que reúne uma série de dados relevantes do setor gerenciada pelo IPB, instituição que há 10 anos estimula o desenvolvimento do setor pet brasileiro.

 

Para o presidente do Conselho Consultivo do IPB, Nelo Marraccini, os os números refletem a consolidação do segmento, mas também indicam que os desafios fiscais enfrentados nos últimos anos foram um obstáculo para a taxa de crescimento.

“Batemos um recorde em 2022, superando os R$ 60 bilhões. Esse valor será superado novamente em 2023, contudo, a redução na taxa de crescimento acende um sinal amarelo em todo o setor. Fechamos o último ano já cientes de que deveríamos ter uma maior cautela, devido às instabilidades econômicas e prováveis alterações nas legislações que alavancaram o comércio e serviços”, afirmou.

Pet food segue como destaque

O segmento de alimentação pet, chamado de Pet Food, corresponde atualmente a 55,6% do faturamento total do setor, devendo arrecadar R$ 38 bilhões em 2023. Mesmo assim, o principal responsável pela arrecadação do setor ainda é considerado um “item supérfluo” pelo governo, recebendo uma tributação mais alta, similar a de itens como bebidas alcoólicas, por exemplo.

“Tratamos os nossos animais de estimação com muito amor e carinho, eles se tornam membros da família. Assim como a nossa alimentação é um item de primeira necessidade, o governo federal precisa considerar o mesmo para o Pet Food. Atualmente, a tributação supera os 50% na somatória de alíquotas, ou seja, R$ 5 a cada R$ 10 do que um cliente gasta é apenas para pagar os impostos”, disse Marraccini.

Outros segmentos

Em segundo lugar na projeção de faturamento do setor pet, aparece o segmento de venda de animais de estimação diretamente dos criadores. A projeção é de movimentar R$ 7,2 bilhões em 2023 (10,5% do faturamento total e alta de 14,3% em relação a 2022).

Em terceiro lugar está o segmento Pet Vet, que é a venda de medicamentos veterinários, com R$ 6,9 bilhões (10,1% do faturamento do mercado e projeção de alta de 16% para 2023).

Os serviços veterinários devem ter a maior alta na comparação com 2022, crescendo 16,9% e se consolidando na quarta colocação, com um faturamento de R$ 6,4 bilhões. Em seguida, vem serviços gerais e Pet Care, os produtos de higiene e bem-estar animal.

Força dos pequenos e médios pet shops

Os pet shops pequenos e médios continuam representando praticamente metade de todo o dinheiro movimentado pelo varejo pet, com 48,9%. Clínicas e hospitais veterinários aparecem na segunda colocação, representando 18,3% do total. As Mega Store fecham o pódio, com 9,1%.

Comércio eletrônico cresce

O e-commerce pet manteve a fatia do mercado em 6,7%, acompanhando o crescimento do setor, com a prospecção de chegar aos R$ 4,6 bilhões no final de 2023. Esse valor é mais que o triplo do que o registrado antes da pandemia, em janeiro de 2020, quando tinha R$ 1,44 bilhão de faturamento.

A linha especializada, ou seja, de produtores que vendem exclusivamente por este ano, é a líder disparada, com 42,5% do total. Logo em seguida, aparece o e-commerce de Mega Stores, com um faturamento previsto de R$ 1,19 bilhão, superando os pequenos e médios pet shops, que devem arrecadar R$ 984,8 milhões. Clínicas e os hospitais veterinários, agrolojas, varejo alimentar (mercados e mercearias) e outros (como clubes de serviços, lojas de conveniência e farmácia) completam, nesta ordem, a lista.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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