Preços de medicamentos para hospitais caem pelo nono mês seguido
Em janeiro, queda foi de 0,16%
O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), calculado pela Fipe a partir de dados de transações realizadas na plataforma Bionexo – empresa de tecnologia SaaS, líder em soluções para gestão em saúde registrou uma ligeira queda em janeiro deste ano (-0,16%). O resultado foi próximo ao registrado em dezembro/2023 (-0,14%) e representou o nono recuo consecutivo do índice no histórico mensal.
Em termos comparativos, a inflação ao consumidor em janeiro, medida pelo IPCA/IBGE, foi de 0,31%, sendo acompanhada por discreta alta nos preços da economia brasileira, conforme apurado pelo IGP-M/FGV (+0,07%). Além disso, dados divulgados pelo Banco Central indicaram que a taxa média de câmbio registrou alta de 0,35% no último mês, o que corresponde a uma depreciação da moeda brasileira no mercado.
Individualmente, os grupos terapêuticos que integram a cesta do IPM-H: registraram os seguintes comportamentos em janeiro/2024: aparelho geniturinário (+4,30%); sistema musculoesquelético (+1,61%); aparelho digestivo e metabolismo (+0,95%); órgãos sensitivos (+0,76%); sistema nervoso (+0,75%); agentes antineoplásicos +0,33%); preparados hormonais (+0,01%); aparelho cardiovascular (-2,38%); aparelho respiratório (-1,71%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-1,61%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-0,83%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (-0,51%).
Considerando os últimos resultados do IPM-H, os preços dos medicamentos para hospitais registraram nos últimos 12 meses uma queda de 3,90%. Esse resultado pode ser atribuído ao comportamento negativo dos preços na maioria dos grupos terapêuticos incluídos na cesta do índice: sistema nervoso (-22,74%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-12,50%); aparelho digestivo e metabolismo (-8,17%); aparelho cardiovascular (-5,02%); sistema musculoesquelético (-4,66%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (-2,82%); preparados hormonais (-2,09%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (-1,82%). Os demais grupos terapêuticos, em contraste, registraram valorização nos últimos 12 meses: aparelho geniturinário (+9,18%); aparelho respiratório (+4,78%); órgãos sensitivos (+3,65%); e agentes antineoplásicos (+2,03%).
De acordo com Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe: “Embora possa ser lido como a nona queda consecutiva do índice, as variações observadas nos últimos dois meses foram bem discretas e não fugiram do padrão sazonal esperado para o período inicial do ano. Com a proximidade dos reajustes anuais dos medicamentos (abril) e de mudanças nas alíquotas do ICMS em alguns estados, são grandes as chances de interrupção na série de resultados negativos do IPM-H“.
Em um horizonte ampliado, que leva em consideração a trajetória dos preços de medicamentos para hospitais desde o início da pandemia, o IPM-H acumula uma alta nominal de 12,40%. Esse resultado pode ser atribuído à estabilidade dos preços com a vacinação e queda dos números da COVID-19, notadamente em medicamentos anti-infecciosos, fármacos atuantes sobre os sistemas nervoso e musculoesquelético, bem como aqueles relacionados ao aparelho digestivo e metabolismo.