Empresa de Curitiba lança primeiro serviço funerário feminino do Brasil

Empresa de Curitiba lança primeiro serviço funerário feminino do Brasil

Mulheres atendendo mulheres, com a empatia única de quem conhece a realidade do mundo feminino. Essa prática muito comum nas áreas de estética e saúde chega agora a um novo território, ainda mais sensível e delicado: o serviço funerário. O primeiro serviço desse tipo no Brasil está sendo lançado em Curitiba neste Dia Internacional da Mulher. A ideia inovadora está baseada no respeito à privacidade e à feminilidade das falecidas, com foco em cuidado personalizado, desde o primeiro atendimento da família até a preparação do corpo.

Um grupo de mulheres, inicialmente com nove integrantes, foi contratado e treinado para todas as etapas que um funeral envolve. “Ao longo dos anos, no contato com inúmeras famílias, percebemos esse desejo. E não apenas sobre o manuseio do corpo, num momento de intimidade muito vulnerável. O embelezamento também é importante, denota respeito e traz conforto em meio à tristeza da despedida”, diz Maria de Lourdes Mildemberg, idealizadora da Maestra Serviço Funerário Feminino.

Área exclusiva para cerimônias de despedida

A nova empresa integra a Luto Curitiba, um dos grupos mais tradicionais do ramo funerário brasileiro, reunindo funerárias, cemitério, crematório e plano funeral na região metropolitana da capital paranaense. Uma particularidade envolve o lançamento: o serviço funerário feminino não poderá ser prestado em Curitiba porque o Serviço Funerário Municipal – administrado pela prefeitura – impõe um sistema de rodízio entre funerárias e um tabelamento de preços que não admite inovações.

“Nossa estrutura de atendimento está toda montada no município de Fazenda Rio Grande, que fica a apenas 30 km de Curitiba. As famílias que desejarem o serviço personalizado poderão fazer todos os procedimentos lá, desde o velório até o sepultamento ou cremação”, explica Luis Henrique Kuminek, diretor do Grupo Luto Curitiba.

Sob a coordenação de Maria de Lourdes, fundadora do Grupo Luto Curitiba, a nova marca foi criada e recebeu investimento inicial de R$ 1 milhão. O projeto incluiu a instalação de uma funerária exclusivamente para atender famílias de falecidas e um laboratório para tanatopraxia.

A estrutura também oferece capelas confortáveis  e elegantes para velório e cerimônias de despedida, em uma área verde apropriada a momentos de reflexão e contemplação, junto ao Metropolitano Cemitério Parque. No mesmo local, a empresa mantém um crematório. A logística de transporte da pessoa falecida também está contemplada.

Demanda por personalização

O plano de negócios da Maestra Serviço Funerário Feminino incluiu estudos de mercado e uma modelagem que permitirá sua expansão no futuro para outras regiões do país, possivelmente em formato de franquia.

“Identificamos a crescente demanda por serviços funerários personalizados, em um setor tradicionalmente dominado por práticas padronizadas. O mercado potencial é muito interessante. Os preços vão refletir a especialização, ficando em torno de 40% a 60% acima da média do mercado. Futuramente, o serviço feminino também estará disponível como cláusula adicional nos planos da Luto Curitiba”, acrescenta Kuminek.

Pacotes de serviços

A inovação chega ao Brasil cercada de cuidados com cada detalhe. Maria de Lourdes conta que não se trata apenas de atender a uma demanda do mercado, mas também de respeitar a diversidade cultural e as necessidades individuais de cada família, estabelecendo um novo padrão de cuidado e sensibilidade no setor funerário.

A empresária fundou a Luto Curitiba há 35 anos, destacando-se num ramo que era essencialmente masculino e pouco especializado. Pioneira nessa época, ela segue inovando, o que aparece também na formação da primeira equipe exclusivamente feminina dentro do serviço funerário brasileiro.

Machismo x capacidade feminina

As agentes funerárias estão capacitadas para todas as atividades, incluindo as que exigem esforço físico. “Há técnica para tudo e elas estão preparadas. Também estão atentas às barreiras que vão encontrar num setor que ainda é dominado pelos homens e que está cercado de preconceito. Ao fazer o curso, as nossas agentes ouviram de seus treinadores que não encontrariam emprego. Mas essa é mais uma frente de trabalho em que as mulheres vão fazer toda a diferença”, diz Maria de Lourdes.

Da sua experiência pessoal nasceu o projeto Maestra, nome que remete ao domínio de uma arte e da capacidade de ensinar. “Toda mulher é uma professora da vida e merece a melhor homenagem”, diz.

Inicialmente três pacotes de serviços serão oferecidos. Conforme o pacote, podem variar a ornamentação, o tipo de caixão e a cremação ou sepultamento. Mas todos eles oferecem transporte e sala de velório, e o mais importante: a preparação do corpo por equipe feminina, o que inclui assepsia e técnicas de conservação conhecidas como tanatopraxia.

O que é “necroembelezamento”

Os serviços também contemplam penteado, maquiagem e manicure, que são feitas conforme orientação deixada pela falecida ou com informações da família. Esses cuidados podem ser acrescidos de muitos outros, como uso de perucas, cílios postiços, bijuterias e lenços. A técnica de necroembelezamento vai muito além, portanto, da tradicional necromaquiagem.

A equipe feminina de agentes funerárias – que vai usar uniforme com luvas brancas, especialmente desenhado para a função, e carro funerário próprio da marca – também recebeu treinamento para atender as famílias de forma sensível e acolhedora, desde o primeiro contato.

“Queremos entender os anseios da família enlutada e montar um roteiro personalizado com atenção a cada momento. A experiência mostra que logo após um óbito as pessoas têm que tomar cerca de 90 decisões de forma rápida. Nós existimos para aliviar essa pressão e garantir que tudo ocorra da forma mais leve possível”, diz Maria de Lourdes.

Crédito da foto: Marcelo Andrade

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *