B3 divulga os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2024

B3 divulga os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2024

Resultados mostraram controle das despesas e crescimento em quase todos os segmentos da companhia, apesar do recuo no segmento Listado

A B3 S.A. (B3SA3) divulgou nesta quinta-feira (9) os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2024. A receita atingiu R$ 2,5 bilhões, em linha com o primeiro trimestre de 2023 e 1,1% abaixo do quarto trimestre de 2023. O lucro líquido recorrente foi de R$ 1,1 bilhão, o que representa recuo de 7,1% em comparação com o mesmo período de 2023 e crescimento de 6,9% considerando o quarto trimestre de 2023.

O cenário econômico do período foi marcado por novas reduções na taxa de juros, mas ainda sem resultar na retomada dos volumes no segmento de Ações e Instrumentos de Renda Variável. O volume financeiro médio diário negociado (ADTV) em ações à vista foi de R$ 23,6 bilhões, o que significa queda de 2,8% em comparação com o quarto trimestre de 2023 e queda de 6,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Em derivativos listados, o volume médio diário negociado (ADV) totalizou 6,7 milhões de contratos, alta de 8,6% e 10,7% em relação ao último trimestre de 2023 e o primeiro trimestre de 2023, respectivamente.

Apesar das reduções, a taxa de juros ainda em patamar elevado continuou favorecendo o segmento de Balcão, que registrou crescimento de 14,3% no estoque de instrumentos de Renda Fixa e de 26,4% no estoque do Tesouro Direto, comparado ao último trimestre do ano passado. Além do segmento de Balcão, as áreas de Infraestrutura para Financiamento e de Tecnologia, Dados e Serviços também registraram aumento de suas receitas ao longo do trimestre.

As despesas totais da companhia apresentaram alta de 3,8% na comparação com o mesmo trimestre de 2023. O número, em linha com a inflação do período, exclui as despesas de Neurotech, cuja aquisição foi concluída em maio de 2023, e também as despesas relacionadas ao programa Desenrola. Na comparação com o último trimestre de 2023, as despesas totais foram 13,6% menores, principalmente devido a efeitos não-recorrentes no período.

“Os resultados mostraram que a queda de receita no segmento Listado foi compensada pelo bom desempenho dos demais segmentos, o que mostra, mais uma vez, a resiliência da estrutura de negócios da B3”, explica André Veiga Milanez, diretor-executivo Financeiro, Administrativo e de Relações com Investidores. “Excluindo os efeitos da consolidação da Neurotech, a receita total teria sido de 1% abaixo do registrado no primeiro trimestre do ano passado”.

Receita do segmento Listado

No primeiro trimestre, o segmento Listado gerou receita de R$ 1,4 bilhão (56,7% do total), o que representa uma queda de 9,1% em relação ao mesmo período de 2023.

No mercado de Ações e Instrumentos de Renda Variável, houve recuo de 6,4% no ADTV de ações à vista, influenciado pelo cenário global e também pela ainda elevada taxa de juros no Brasil. Apesar da queda, vale destacar o crescimento dos volumes de ETFs, BDRs e fundos listados, que representaram 12% do ADTV no trimestre, contra 10% no mesmo trimestre do ano passado.

O número médio de contas na depositária de renda variável cresceu 2,8% frente ao último trimestre de 2023. Na comparação com o primeiro trimestre houve redução de 3,9%. A redução pode ser explicada pela migração de nível de um BDR, ocorrida em agosto, que implicou no resgate do valor investido e no consequente fechamento de contas que continham apenas esse ativo.

Receita do segmento Balcão

O segmento de Balcão obteve receita de R$ 395,8 milhões (16,0% do total), aumento de 13,2%.

Em comparação com o primeiro trimestre de 2023, o volume de novas emissões de instrumentos de captação bancária caiu 2,6%, principalmente em razão da queda nas emissões de CDBs, que representaram 70,6% das emissões de instrumentos de renda fixa do período. O estoque médio de instrumentos de captação bancária apresentou crescimento de 14,2%, enquanto o volume de estoque de dívida corporativa caiu 2,8%, principalmente pela redução no volume de debêntures de leasing, que tiveram vencimento ao final de 2023. O Tesouro Direto segue em contínuo crescimento, o número de investidores cresceu 19,8% e o estoque médio cresceu 26,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Receita do segmento Infraestrutura

O segmento de Infraestrutura para Financiamento obteve receita de R$ 148,0 milhões (6,0% do total), aumento de 33,7% em relação ao primeiro trimestre de 2023. O número foi influenciado pelo crescimento no número de veículos financiados, além das receitas provenientes da plataforma desenvolvida pela B3 para o programa Desenrola.

O número de veículos vendidos no Brasil no primeiro trimestre aumentou 6,7%. O número de financiamentos registrou aumento de 21,4%, com destaque para o aumento de 25,0% no número de automóveis novos financiados e 30,4% de motos novas financiadas. O percentual de veículos financiados alcançou 36,7% dos veículos vendidos, um aumento de 4,4 pontos percentuais na comparação com o o primeiro trimestre de 2023.

Receita do segmento Tecnologia, Dados e Serviços

O segmento de Tecnologia, Dados e Serviços teve receita de R$ 509,8 milhões (20,7% do total), representando alta de 10,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

Ao longo do trimestre, a quantidade média de clientes do serviço de utilização mensal dos sistemas de Balcão aumentou 7,6%, resultado, principalmente, do crescimento da indústria de fundos no Brasil.

O documento com as informações completas sobre os resultados operacionais para o primeiro trimestre de 2024 está disponível no site de RI da B3.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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