Novo processo de importação traz muitos desafios às empresas

Novo processo de importação traz muitos desafios às empresas

Siscomex será substituído a partir de outubro

A partir de outubro deste ano, 100% dos importadores no Brasil, independentemente do tamanho ou volume, terão que se adequar ao novo processo de importação, que traz muitos desafios.

O atual Siscomex, sistema utilizado para registro das operações de importação e exportação no Brasil, será substituído por um mais moderno e integrado, que tem o objetivo de reduzir a burocracia do desembaraço aduaneiro e agilizar o transporte das mercadorias, sem renunciar à conformidade e da qualidade dos dados para a exportação.

O então substituto Portal Único de Comércio Exterior (Pucomex), que vem de um plano longo de desenvolvimento, iniciará suas operações de maneira faseada a partir de outubro, com impactos a maior parte dos importadores que possuem embarques aéreos e modais. Contudo, existem muitos desafios para adequação a esse novo sistema, mas o destaque é para o principal deles: O catálogo de produtos. Uma base completa que o contribuinte deverá fornecer sobre todos seus itens importados, de maneira prévia a importação, e com informações muito mais detalhas do que era a necessidade até então.

João Casalatina, sócio do Simões Pires Advogados, esclarece a seguir dúvidas sobre o tema:

1.      O que vai mudar no processo de importação?

Em linhas gerais, o atual Siscomex (sistema utilizado para registro das operações de importação e exportação no Brasil) será substituído por um novo e mais moderno sistema, chamado de Portal Único de Comércio Exterior (Pucomex). Junto com essa mudança, vem a alteração nas declarações aduaneiras. Já temos hoje consolidado o processo de exportação que passou de RE/DDE para DU-E, e agora iremos para o cenário da importação, substituindo a DI pela DUIMP.

2.      O que é a DUIMP e quais seus benefícios?

Declaração Unificada de Importação. A promessa da DUIMP é centralizar em um único portal todas as informações referentes ao processo de importação das empresas, gerando menos burocracia e atividades manuais, e permitindo com que os órgãos fiscalizadores, como a Receita Federal, consigam estabelecer análises mais sólidas acerca destes dados. Não menos importante, é ponto citado pelo time de implementação da RFB que a DUIMP será instrumento para o chamado “desembaraço sob águas” que permite que as empresas desembaracem seus itens antes mesmo da presença de carga no terminal.

3.      Como será o processo de implantação?

Em fases. Até então, conforme informado pela RFB, a partir de outubro deste ano deverão migrar para a DUIMP os processos marítimos que estejam condicionados aos regimes de admissão temporária, REPETRO e RECOF. A partir de janeiro de 2025 haverá uma grande nova massa de dados, pois será a vez de contemplar 100% das operações marítimas e aéreas. E seguindo a sequência serão migradas as operações via terrestre e por fim, os processos para Zona Franca de Manaus.

4.      Quais os principais desafios para a adequação a essa mudança?

A DUIMP em si não é para ser um problema, mas sim um facilitador. Mas como toda mudança gera um desconforto inicial, a DUIMP não seria diferente. Hoje, o chamado “catálogo de produtos da DUIMP” tem ganhado um lugar de destaque nas preocupações dos times de importação. O que antes eram campos de digitação livre serão substituídos por catálogos de produtos previamente cadastrados, contemplando NCM, descrição e os temidos “atributos”, que são desdobramentos das NCMs, que demandam informações minuciosas sobre os itens que estão sendo cadastrados. E essa base de atributos ainda não é estável, ou seja, podem surgir novos atributos ao longo do processo.

5.      Quais oportunidades as empresas devem se atentar com essa mudança?

Governança é a palavra da vez. Trabalhar o saneamento da base de dados e garantir a manutenção da gestão desses cadastros pode reduzir significativamente os riscos de NCM incorretas, pagamentos indevidos ou a maior, canais vermelho e amarelo, além de permitir todos os demais benefícios que uma base de itens saneada e padronizada pode oferecer, como a anulação do efeito de duplicidade de itens, bem como um controle mais acurado das flutuações de preço de aquisição de determinados produtos.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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