Investidores de Fundos Imobiliários devem evitar desespero e “efeito manada”

Investidores de Fundos Imobiliários devem evitar desespero e “efeito manada”

Com a Selic alta por mais tempo, os títulos de renda fixa seguem atrativos

Em sua última reunião, realizada nesta quarta-feira (31), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central  decidiu manter o freio sobre os juros básicos do país. A decisão foi unânime, o que mostrou que os diretores estão alinhados em relação ao rumo da Selic.

Na avaliação do sócio da TRX Investimentos e gestor do fundo imobiliário TRX Real Estate (TRXF11), Gabriel Barbosa, para os fundos imobiliários, a manutenção da taxa em 10,50% ao ano deve ser analisada sob diversos aspectos e, principalmente, diferentes janelas de tempo. O primeiro e mais óbvio: no curto prazo. “Com a Selic alta por mais tempo, os títulos de renda fixa seguem atrativos, aumentando o custo de oportunidade e reduzindo a demanda dos investidores por fundos imobiliários, o que pode emperrar captações, além de tornar os papéis mais voláteis no mercado secundário”, destaca .

Outra consequência direta dos juros básicos mais altos, num primeiro momento, é o aumento do risco de crédito.  Barbosa explica que muitas das dívidas do mercado imobiliários são lastreadas na Selic e, com ela mais alta por mais tempo, também aumenta o risco de inadimplência das empresas, seja nos aluguéis dos imóveis, afetando diretamente os fundos de tijolo; ou nos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que são a base de muitos fundos de papel. Por outro lado, também olhando no curto prazo, cotistas de fundos que investem em ativos atrelados ao CDI seguirão colhendo bons resultados, fazendo com que o preço desses ativos suba nos pregões.

“Contudo, essas são oscilações e possíveis efeitos de curto prazo, comuns ao mercado. Mais importante do que tentar o tempo todo se adaptar a elas é que os investidores tenham um olhar mais ampliado sobre os seus portfólios, buscando alguma proteção para o presente, mas focando em estabilidade e ganhos futuros. A chave para isso, como sempre procuramos orientar, é a diversificação”, afirma o sócio da TRX Investimentos.

Inflação

Gabriel Barbosa explica que embora muitos queiram fazer parecer, um freio temporário no ciclo de cortes da Selic não é o fim do mundo para os fundos imobiliários (nem para nenhuma classe de ativos), principalmente quando se olha um pouco mais a frente. “O ritmo mais lento proposto pelo Copom deve ajudar a segurar a inflação e, mais do que isso, passa para o mercado a mensagem de que a autoridade monetária está cautelosa e em busca de estabilidade, o que sempre soa bem aos ouvidos”, diz.

Para as pessoas físicas, é importante não se desesperar com qualquer barulho no mercado e evitar o “efeito manada”, comprando e vendendo ativos a cada novo anúncio do Banco Central, discurso de político ou conselho de “especialista”. “Estude e escolha ativos que você acredita na tese de investimento, diversifique entre classes (FIIs, ações, títulos de renda fixa e fundos diversos) e busque crescer seu patrimônio para o futuro, em vez de tentar acomodá-lo ao momento presente, que muda o tempo todo”, conclui.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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