Produção e emprego crescem se Brasil adotar medidas contra concorrência desleal de pneus

Produção e emprego crescem se Brasil adotar medidas contra concorrência desleal de pneus

Somente o PIB teria adição de R$ 6,3 bilhões

Estudo realizado pela consultoria LCA aponta que a adoção de medidas de proteção tarifária contra a concorrência desleal de pneus asiáticos no mercado brasileiros pode resultar em forte crescimento da produção, do PIB, do emprego e da renda dos trabalhadores na economia brasileira

A análise foi realizada a pedido da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), que ingressou com pedido na Camex para elevar temporariamente de 16% para 35% a alíquota da Tarifa Externa Comum (TEC), pelo prazo de dois anos, para combater o surto de pneus importados de forma desleal da Ásia, que estão ingressando no país a preços inferiores aos praticados no mercado internacional, abaixo do custo de produção e a valores inferiores até mesmo ao custo da matéria prima usada nos produtos.

O estudo aponta que a adoção da medida, que protege a indústria nacional, resultaria no crescimento de R$ 20,6 bilhões na produção industrial brasileira, impactando positivamente toda a cadeia de produção de pneus, que envolve também produtores de borracha e fabricantes de aço, de produtos têxteis e de insumos químicos, entre outros segmentos.

Esse fortalecimento da produção nacional resultaria num acréscimo de R$ 6,3 bilhões no PIB brasileiro e oferta adicional de 74,3 mil novos postos de trabalho no mercado doméstico. Segundo a LCA, o impacto positivo na massa salarial seria de R$ 2,7 bilhões.

“A concorrência desleal de pneus asiáticos desestrutura a cadeia de produção, fecha postos de trabalho e pode cancelar investimentos no país”, diz Klaus Curt Müller, presidente executivo da ANIP. Países como EUA, México e blocos como a Europa tomaram medidas de proteção em seus mercados, enquanto o Brasil segue desprotegido. “O estudo da LCA mostra claramente o quanto o país ganharia protegendo a produção industrial local”, aponta o executivo.

O estudo da LCA também dimensionou o impacto para a economia se nenhuma medida for tomada para conter a concorrência desleal dos pneus asiáticos.

Segundo a LCA, mantidas as condições atuais de concorrência desleal, a produção industrial perderá R$ 8,2 bilhões de reais ao ano, o que resultará em uma queda de R$ 2,6 bilhões do PIB. O impacto na oferta de postos de trabalho também será severo e 30,8 mil postos de trabalho devem ser fechados, com redução de R$ 1,1 bilhão na massa salarial agregada.

Segundo dados da LCA, os pneus de carga asiáticos entram no país ao custo de US$ 2,9 o kg. No mercado internacional, o produto é negociado, em média, a US$ 4,2 o kg. No caso de pneus de passeio a diferença é ainda mais gritante: US$ 3,2 o kg, contra 5,7 o Kg no mercado global. “Sem barreiras corretas o Brasil fica desprotegido, o que acentua o processo de desindustrialização”, avalia Müller.

O Brasil tem hoje 11 fabricantes de pneus com operações no país. São 21 plantas industriais, distribuídas por 7 estados. A indústria de pneus empresa 32 mil trabalhadores diretos e 500 mil indiretos no país. Este conjunto foi responsável pela venda de 52 milhões de pneus no mercado local em 2023. As fabricantes instaladas no país investiram nos últimos 10 anos cerca de R$ 11 bilhões em suas unidades fabris para excelência de processos, aumento da capacidade de produção, tecnologia, inovação e sustentabilidade.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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