Volatilidade do mercado veio para ficar neste semestre

Volatilidade do mercado veio para ficar neste semestre

Investidores mais avessos devem tomar cuidado

O dia 5 de agosto foi de pânico para o mercado financeiro e, principalmente, para as economias asiática, norte-americana, europeia e, até mesmo, para os investidores brasileiros. Isso, devido aos rumores de uma recessão nos Estados Unidos, após entidades divulgarem os dados sobre emprego, juros e inflação no país. O especialista em finanças da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), Hudson Bessa, afirma que o segundo semestre será de maior volatilidade e pondera que os investidores mais avessos ao risco devem tomar cuidado.

“Com essa ansiedade e tamanha apreensão nós vamos passar a ter uma volatilidade maior, subidas e descidas de bolsas e mais sustos. O segundo semestre tende a ser uma gangorra, talvez não com tanta intensidade, mas sim com maior frequência. A volatilidade veio para ficar nestes próximos meses”, alerta Bessa.

O especialista ainda explica que há uma dúvida muito grande se realmente os preços das ações estão em seus valores justos ou se muito caros, esticados, já que eles vêm subindo de uma forma que “parece não ter fim”. Muito se tem apostado na tese de que a inteligência artificial “parece que resolverá todos os problemas do mundo”, contudo alguns investidores graúdos começam a se questionar se tanto investimento vai realmente resultar em fluxos de caixa tão robustos.

“A IA é disruptiva e cria muitas oportunidades, mas pairam dúvidas sobre, por exemplo: será que os retornos dos investimentos serão compensadores? Qual a duração deste fluxo exuberante? A concorrência pode vir a comprimir as margens? O timing está adequado ou pode demorar mais que o imaginado. Essas dúvidas estão no ar, e os grandes investidores começam a se preocupar, começam a ficar ansiosos. Nesse ambiente pequenos ruídos podem ser amplificados e gerar corridas de venda. É como num filme de faroeste, quem atira primeiro ganha o duelo, ou evita realizar a perda. E os próximos meses tendem a ser emocionantes com redução da taxa de juros americanas, eleições por lá e por aqui e os conflitos geopolíticos.” Conta o especialista em Finanças da FIPECAFI.

A economia real não vai mal

Ao analisar o cenário, porém, o especialista em Finanças da Fipecafi pondera que a perspectiva de desaceleração norte-americana já estava na conta e, hoje, parece caminhar para um soft landing e, pelo mundo, as inflações estão comportadas.

As big techs, (as 7 magníficas), vão ser mais cobradas, importante que elas continuem entregando bons resultados.  É importante que os investidores acreditem que elas conseguirão dominar o próximo ciclo e continuar gerando resultados robustos. Aqui um ponto de atenção.

No Brasil, temos nossas questões internas. Por exemplo, precisamos manter certo equilíbrio fiscal e, cuidar da inflação cm lupa e reduzir o tom belicoso entre Governo e BC. Mas, a economia vem crescendo e a inflação, embora no topo da meta, está sob controle.

“Em meio à nossa realidade, o Banco Central já vem emitindo sinais de que pode vir a aumentar os juros, o que tem deixado o mercado mais tranquilo frente a mudança próxima no comando da instituição. Isso tem funcionado como um reforço na confiança.

Por outro lado, o início do ciclo de flexibilização monetário norte-americano, tende a dar uma ajuda para a economia brasileira. A conferir, contudo, qual será o impacto de uma desaceleração dos EUA”, finaliza.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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