Como precificar seu freela em dólar?

Como precificar seu freela em dólar?

Especialista orienta como dimensionar valor do trabalho em dinheiro e em qualidade de entrega, seja o pagamento em real ou moeda estrangeira

A comunidade freelancer segue a todo vapor. São 38% dos brasileiros que trabalham na modalidade, segundo pesquisa realizada pela Onlinecurriculo, plataforma de currículos online. Na questão financeira, para 61% dos entrevistados o trabalho é uma renda complementar, enquanto 31% veem nos freelas a possibilidade de renda principal. Em ambos os cenários, a incerteza sobre como precificar seu trabalho se faz presente, em especial para aqueles que prestam o serviço para clientes estrangeiros e recebem em dólar.

“Seja para determinar o ritmo do trabalho ou identificar seu custo de vida, uma prática fundamental é o autoconhecimento. Entender o valor do seu trabalho e a diferença que ele faz no mercado ajudam a reconhecer a qualidade da entrega e dos resultados que pode oferecer ao cliente. Esse é um dos primeiros pontos que ajudam a determinar quanto cobrar”, explica Samyra Ramos, gerente de marketing na Higlobe, fintech de recebimentos para profissionais brasileiros que trabalham remotamente para os EUA.

Considerando o Dia do Freelancer, comemorado no dia 21 de setembro, a especialista aponta alguns caminhos e variáveis para freelancers conseguirem precificar seus trabalhos. Confira:

1- Mapeie seu custo de vida e faturamento mínimo

Antes de analisar os pontos para precificar seu trabalho, é preciso ter mapeado seu custo de vida e o faturamento mínimo necessário para manter sua empresa. Isso serve como base para determinar os valores que cobrará pelo serviço, considerando os gastos que tem para se manter como pessoa física e os custos para trabalhar — como luz, alimentação, materiais de escritório, taxas para receber dinheiro do exterior, entre outros.

2- Defina o valor por hora trabalhada

É recomendado que o profissional calcule o valor mínimo por hora trabalhada. Para isso, ele deve pegar o custo mensal da empresa (incluindo o próprio salário), dividir por 22 dias úteis e, depois, dividir pela quantidade de horas que trabalha por dia. Exemplo: custo da empresa por mês: R$ 13.000; custo da empresa por dia (considerando 22 dias úteis): R$ 590,90; custo da empresa por hora (considerando 6h de trabalho por dia): R$ 98,48. Sendo R$ 98,48 o valor mínimo, é possível calcular um valor que traga uma margem de segurança, multiplicando-o por 1,5.

Existem calculadoras disponíveis nas plataformas Workana e 99Freelas que ajudam a mensurar os valores conforme a renda mensal desejada, horas trabalhadas e dias de férias.

03- Produtividade no projeto

Nesta etapa, o autoconhecimento é peça importante para identificar quanto tempo você gasta em determinadas atividades e, assim, cobrar o valor adequado. Muitos freelancers utilizam rastreadores de produtividade para monitorar o próprio comportamento, uma alternativa interessante para mensurar quantas horas você dedicará ao projeto ofertado — a construção de um site, a revisão de um texto, etc — e, consequentemente, o valor a ser cobrado.

04- Qualidade do serviço

Um dos fatores que precisam ser considerados na hora de montar o orçamento para o cliente é a qualidade e os diferenciais da sua entrega. Avalie: qual é o seu lugar no mercado? O que você pode oferecer que a concorrência não consegue? Que impacto seu trabalho vai ter na empresa? Que tipo de resultados você entrega? Esses pontos ajudam a manter-se com os pés no chão e ser mais certeiro na precificação, ao passo que valoriza seu serviço para não aceitar menos do que merece.

05- Precificar o trabalho em moedas estrangeiras

No caso de freelas que prestam serviços de forma remota para o exterior, a remuneração será em uma moeda diferente do real, como o dólar, então é preciso considerar a cotação atual, converter para real e incluir as taxas de transferência para fazer o cálculo final do seu pagamento. Todos os demais pontos mencionados também devem ser ponderados, considerando fusos horários, idioma, cultura, salário médio e mercado de trabalho do país em questão e o comportamento do público-alvo do projeto, que será estrangeiro.

Crédito da foto: Freepik

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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