Euro já desvalorizou mais de 3% em relação ao real neste mês
Conflitos na Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio geram apreensão entre os investidores
Em setembro, o euro atingiu sua máxima de negociação a 6,46 e atualmente está sendo negociado nesta quarta-feira (18) em torno de 6,09 euros, após cinco dias consecutivos de queda, acumulando uma desvalorização de mais de 3% no mês. Diversos fatores explicam essa queda, segundo análise do head de câmbio da HCI Invest, Anilson Moretti. Primeiramente, os conflitos envolvendo Rússia e Ucrânia, e Israel e Hamas no Oriente Médio, têm gerado apreensão entre os investidores europeus nos últimos três a seis meses.
“Ao mesmo tempo, países como o Japão, que aumentou suas taxas de juros nos últimos meses, têm atraído mais investimentos estrangeiros. O Brasil e o México também têm sido destinos significativos de capital, resultando em uma valorização de suas moedas em relação ao euro”, explica Moretti.
Outro aspecto relevante são as taxas de juros e a inflação na Europa. “Atualmente, as taxas de juros comerciais entre os bancos europeus estão em torno de 3%, enquanto a taxa de referência do Banco Central Europeu (BCE) permanece em 3,5% desde o último ano, níveis significativamente superiores aos observados no período pós-pandemia. Além disso, a inflação na Europa, divulgada nesta quarta-feira, está em 2,2%, um patamar historicamente elevado para a região. O aumento generalizado dos preços nos últimos meses tem levado investidores europeus a buscar economias mais aquecidas, com taxas de juros mais atrativas ou inflação mais controlada. Estes fatores têm contribuído para a desvalorização do euro frente ao real, bem como em relação a outras moedas, como o iene japonês e o peso mexicano, que também têm se fortalecido”, destaca.