Empresários do Paraná discutem os impactos e oportunidades de negócios que virão com a reforma tributária

Empresários do Paraná discutem os impactos e oportunidades de negócios que virão com a reforma tributária
Mais de 100 empresários participam de evento sobre reforma tributária em Curitiba.

Com a reforma implantada, investimentos estrangeiros fluirão em maior número ao País

Aprovada em dezembro de 2023 por meio da Emenda Constitucional nº 132, a Reforma Tributária segue este ano como uma das principais pautas em discussão nos meios empresariais. Além da unificação dos impostos cobrados hoje no Brasil, a Reforma Tributária propõe trazer mais transparência para o regramento fiscal do país e, principalmente, reduzir a complexidade do sistema sobre o consumo de bens e serviços.

Para discutir os principais efeitos da reforma tributária no ambiente empresarial, destacando os riscos potenciais e as oportunidades de planejamento para garantir a continuidade dos negócios e a segurança dos investimentos, a VBR Brasil e a Portofino Multi Family Office, com o apoio da Wilhelm & Niels Advogados, realizaram na noite desta terça-feira (17), em Curitiba, o seminário “Reforma Tributária: Impactos, Riscos e Oportunidades para os Negócios”.  que reuniu mais de 100 empresários paranaenses.

Alcides Wilhelm, Murilo Dalsenter e Daniel Affonseca.

Eu conversei com o sócio da VBR Brasil, o economista e contador Daniel Affonseca, que foi um dos palestrantes do evento, ao lado do advogado e contador, Alcides Wilhelm, e do administrador de empresas, Murilo Dalsenter, e ele me explicou que toda mudança implica em elevação de custos para a adaptação, maior burocracia e mais judicialização. Em contrapartida, a reforma tributária quando implementada trará aumento de competitividade no mercado internacional e crescimento econômico ao País.

Segundo Affonseca, com a reforma tributária implementada, os investimentos estrangeiros fluirão em maior número para o Brasil. “A nossa tributação hoje é muito complexa para o investidor estrangeiro entender, e acaba sendo um entrave no momento da opção por instalar um empreendimento no País”, destaca.

O sócio da VBR Brasil reconhece que existe uma certa apreensão por parte do empresariado nesta fase de regulamentação. No entanto, quando o sistema estiver totalmente implementado será muito bom para os olhos do mundo, pois a legislação estará em linha ou se aproximará com o que se pratica na maioria dos países.

Diretores das empresas VBR, Portofino e Wilhelm & Niels Advogados.

Daniel Affonseca lembra que o período de transição da Reforma Tributária terá início em 2026 e está prevista para valer integralmente a partir de 2033. “Esperamos que o processo de transição de 10 anos seja superado de uma forma menos traumática”, afirma. Ele aconselha as empresas a buscarem ajuda de bons profissionais.

Ainda durante o evento, embora houvesse um consenso de que haverá uma simplificação do sistema, existem algumas situações específicas que podem gerar aumento nos custos tributários. Na avaliação do CEO da VBR Brasil, Wesley Figueira, algumas situações específicas causam apreensão, como por exemplo, da possibilidade que o fisco somente permita créditos tributários de IVA (IBS/CBS) quando os pagamentos desses tributos já tenham sido feitos na etapa anterior da cadeia produtiva. Ou seja, uma empresa compra insumos de outra, mas não poderá deduzir os créditos para fins de pagamento quando o fisco assim autorizar. Isso gerará a necessidade de que o comprador “fiscalize” o vendedor.

Outro aspecto importante e que gera medo, segundo alerta o CEO da VBR Brasil, é a aparente elevação da carga tributária para prestadores de serviço que trabalham diretamente para pessoas físicas, e aí vai desde as profissões mais básicas, como cabeleireiros e empreiteiros de mão de obra, até outras menos óbvias. Quem vende para pessoas jurídicas, em princípio não sofreria tantos efeitos, porque o tomador do serviço poderia se creditar integralmente do IVA. Já o prestador de serviço direto ao tomador final, poderá ter um aumento brutal na carga tributária.

“Os próximos anos serão de muita emoção e muito trabalho para passar pelo processo de transição”, conclui Daniel Affonseca.

Crédito das fotos: Rick Nogueira.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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