Inteligência Artificial e automação podem concentrar oportunidades para profissionais neuroatípicos

Inteligência Artificial e automação podem concentrar oportunidades para profissionais neuroatípicos
Edgar Garcia, vice-presidente da UiPath para a América Latina.

No Brasil estima-se que 85% de pessoas com TEA estejam fora do mercado de trabalho

Equipes com profissionais neuroatípicos, ou neurodiversos, podem ser 30% mais produtivas e mais confiantes do que times homogêneos, sem estes perfis, afirma pesquisa da consultoria global Deloitte.  O banco JPMorgan Chase, uma das maiores empresas de serviços financeiros do mundo, atesta que seus profissionais no espectro autista, contratados por meio de programa específico, são de 90% a 140% mais produtivos em funções de tecnologia do que colaboradores neurotípicos com cinco ou até dez anos de casa. Nos Estados Unidos, startups do setor tech vêm considerando a neurodiversidade uma espécie de valor para atividades que envolvem inteligência artificial (IA).  “Estes são apenas alguns exemplos que vão ao encontro da demanda global por mais inclusão e diversidade no trabalho, e que sugerem o mercado da IA e automação como um celeiro de oportunidades para isso, quando o tema é também a neurodiversidade”, diz Edgar Garcia, Vice-Presidente da UiPath para a América Latina.

A UiPath é líder em software de automação empresarial e recentemente ampliou sua parceria com a organização norte-americana Autonomyworks, que insere pessoas com autismo no mercado de trabalho, para identificar tarefas e funções da automação e IA que mais se beneficiam dos pontos fortes que esses profissionais podem trazer ao universo corporativo. Por meio do programa piloto realizado com a Dentsu, companhia global de comunicação e marketing, que absorveu profissionais assessorados pela Autonomyworks, o projeto atestou que colaboradores no espectro autista foram 150% mais produtivos em funções como a rotulagem de dados de inteligência artificial e treinamento de modelos na tecnologia, quando comparados a talentos neurotípicos.

“As habilidades e perspectivas únicas dos indivíduos nestes perfis, como a forte atenção aos detalhes, o que é inestimável para tarefas como a limpeza de dados, e a alta capacidade de identificar padrões sutis e de manter o foco, podem impulsionar a inovação, a criatividade, o respeito e a celebração das diferenças dentro dos times. Vimos isso em primeiramão no nosso projeto com a Autonomyworks, que trabalha para incluir pessoas com autismo no universo corporativo”, diz Cecile Arsan, gerente de operações de vendas e fundadora do Conselho de Unidade de Pessoas da Neurodiversidade UiPath, cujo objetivo é educar e construir uma comunidade segura e solidária para o desenvolvimento e emprego de talentos neuroatípicos dentro e fora da empresa.

No Brasil, segundo o IBGE, estima-se que 85% das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) estejam fora do mercado de trabalho. É praticamente o mesmo índice dos EUA. “O projeto da UiPath e Autonomyworks pode fazer refletir e inspirar a inclusão dessa parcela da população em atividades do setor da tecnologia e inteligência artificial em nosso país. Isso contribui para uma cultura organizacional mais inclinada à diversidade”, opina Edgar.

Segundo ele, incluir perspectivas plurais não apenas nas operações, mas durante o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial é essencial à construção da IA ética e inclusiva. “As pessoas neurodiversas têm um papel transformador aqui. Além de trazerem habilidades valiosas à mesa, elas podem ajudar a garantir que os aplicativos de inteligência artificial tenham menos vieses e atendam uma gama mais ampla de usuários. E isto é muito importante”, diz Edgar.

Como resultado das pesquisas realizadas, a UiPath formalizou o acordo que capacitará a Autonomyworks a treinar modelos de IA tanto internamente quanto para clientes da empresa. Atualmente, a UiPath atende a mais de 10 mil organizações de diferentes setores, em diversos países, incluindo o Brasil. “Queremos escalar essa experiência e contribuir com a inclusão por meio da tecnologia”, diz Edgar.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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