Taxa Selic pode subir em setembro?

Taxa Selic pode subir em setembro?

Cenário atual de altas dos juros é de especulação

O mercado segue em discussões sobre qual será a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen) sobre a taxa Selic na reunião de setembro. Após sete reduções consecutivas da taxa, em processo iniciado em agosto de 2023, o Bacen já deu sinais de que pode elevar a taxa básica de juros.

Mesmo com a desaceleração do IPCA-15 de agosto (após duas altas consecutivas em julho e julho), há uma preocupação com o aumento da inflação, a expectativa de corte de juros nos Estados Unidos e as tensões geopolíticas internacionais, especialmente no Oriente Médio, Rússia e Ucrânia.

É natural, portanto, que haja uma atenção específica com os impactos da subida dos juros para a economia, já que existe uma correlação indireta entre os juros e o desempenho de algumas ações da bolsa. “Geralmente, quando a Selic sobe a bolsa de valores tende a cair. E tem várias explicações lógicas para isso. Juros mais altos significam que os produtos encarecem para o consumidor e, também, que a população tem menos acesso ao crédito’, explica o educador financeiro Raul Sena, fundador da escola de investimentos AUVP e do portal Investidor Sardinha.

Na prática, é esse movimento que faz o consumo das famílias diminuir e afeta as empresas. Em última análise, segundo Sena, os juros mais altos impactam todo o setor produtivo. “O financiamento das operações e os próprios insumos ficam mais caros para a indústria, e isso se reflete no valor final dos produtos. Mais uma vez, penalizando o consumidor”.

Endividamento

Há, ainda, a questão do endividamento das empresas. De acordo com o especialista, “as que estão muito endividadas, caso da maioria das empresas da bolsa, acabam apresentando resultados piores porque os juros altos sobre os empréstimos e financiamentos comem uma boa parte do lucro”, explica. “Em geral, essas empresas se endividam mais porque compensa girar o crédito para fazer investimentos”, completa.

Considerando tudo isso, juros altos muito altos costumam ser nocivos às empresas, embora sejam o remédio necessário para segurar a inflação. Segundo Sena, alguns setores sofrem mais, como o varejo, a aviação e a construção civil.

No entanto, um cenário de alta dos juros não é motivo de desespero quando o investidor tem uma carteira de investimentos bem montada. “A verdade é que, em cada momento dos ciclos econômicos, existem oportunidades diferentes para fazer bons investimentos, seja na renda fixa ou na renda variável”, comenta o especialista. “Se por um lado os juros mais altos tornam a renda fixa mais atraente, por outro é quando a bolsa cai que surgem as melhores oportunidades para o investidor de longo prazo”, completa o educador.

Por enquanto, o cenário tem sido apenas de especulação do mercado financeiro quanto a uma possível alta da taxa Selic na reunião de setembro do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central). Por outro lado, o índice Ibovespa vem batendo as máximas históricas, com um maior fluxo de capital estrangeiro entrando, em agosto, na nossa bolsa de valores. Entre os motivos para este movimento estão a expectativa de corte dos juros nos Estados Unidos, também em setembro, e a indicação de Gabriel Galípolo – que tem a simpatia do mercado – como sucessor de Campos Neto no comando do Banco Central, a partir de janeiro

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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