Crise climática e queimadas encarecem alimentos básicos como carnes, café e o feijão

Crise climática e queimadas encarecem alimentos básicos como carnes, café e o feijão

Monitoramento da Neogrid indica aumento de 10,8% no preço do feijão-carioca, enquanto picanha subiu 43,5%

O período de forte estiagem e seca e as consequentes queimadas registradas nos últimos meses têm impactado o clima em diversas cidades brasileiras. Além dos danos ambientais, a devastação causada pelo fogo traz consequências ao bolso dos consumidores brasileiros. Novo levantamento feito pela Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados que oferece soluções para a gestão da cadeia de consumo, aponta que produtos essenciais, como café, feijão, carnes e leite, estão mais caros por conta dos incêndios que atingem o país.

Os dados mostram que a categoria de carnes foi o segmento mais prejudicado pela elevação dos preços no período de seis semanas. Entre o início de agosto e meados de setembro, os segmentos de bovinos com as maiores altas foram picanha (43,5%) de R$59,62 para R$85,56, contrafilé (32,7%) de R$44,80 para R$59,44, acém (22,9%) de R$30,42 para R$37,40 e patinho (21%) de R$39,70 para R$48,04.

Produtos em contínua alta de preço

Antes mesmo das queimadas, itens tradicionais na mesa dos brasileiros já sofriam com contínuas elevações nos preços. O quilo de café, por exemplo, subiu, em média, 18% entre janeiro e agosto de 2024. No entanto, entre a primeira semana de agosto e a terceira semana de setembro, com a seca e os focos de incêndio, o segmento de café em grãos teve aumento de 13,7% saindo de R$92,18 para R$104,80 enquanto o café em pó teve aumento de 14,4% saindo de R$48,58 para R$55,80.

Outros itens, como o feijão, tiveram aumentos significativos em seus valores em diferentes segmentos, com destaque para os tipos branco que saiu de R$15,87 o quilo para R$19,38 (22,1%), preto que foi de R$8,54 para R$10,08 (18%), fradinho que saiu de R$9,49 para R$10,88 (14,6%) e carioca de R$7,80 para R$8,64 (10,8%). Já o leite UHT integral subiu 9,6% saindo de R$6,02 por litro para R$6,60.

“Os produtores estão enfrentando perda da colheita e da área para plantio com a antecipação da entressafra forçada, o que acaba refletindo nos custos de produção e na disponibilidade dos alimentos em gôndola e interferindo diretamente no preço dos itens”, analisa Anna. “Com o avanço das queimadas e a persistência da seca, a estimativa é de que os gastos com a produção dos alimentos continuem subindo e esses aumentos sejam repassados ao consumidor.”

Derivados da cana-de-açúcar tiveram altas no preço

O açúcar refinado e a cachaça branca, ambos derivados da cana-de-açúcar, apresentaram alta de 5,9% no preço médio por quilo e por litro. O açúcar refinado, teve entre a primeira semana de agosto e a terceira semana de setembro, o segmento teve aumento de 5,9% saindo de R$5,10 para R$5,40. Já a tradicional cachaça viu o preço sair de R$19,43 o litro na primeira semana de agosto para R$20,57 na terceira semana de setembro.

De acordo com informações da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), cerca de 230 mil hectares de lavouras de cana foram atingidos pelos incêndios registrados no interior de São Paulo em agosto – o equivalente a mais de 75% da produção paulista.

Preço do chocolate também subiu

Por fim, o monitoramento de preços realizado pela Neogrid aponta alta no preço do doce – crescimento de 18,3% saindo de R$94,99 o quilo na primeira semana de agosto para R$122,94 na terceira semana de setembro.

 

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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