CNC estima que Black Friday deve faturar R$ 5,22 bilhões em 2024

CNC estima que Black Friday deve faturar R$ 5,22 bilhões em 2024

A data já é a quinta mais importante do varejo brasileiro

A Black Friday de 2024 deve movimentar R$ 5,22 bilhões no comércio brasileiro, segundo estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Caso a projeção se confirme, a movimentação terá crescimento de 0,4% em relação ao ano passado, já descontando a inflação. Desde sua incorporação ao calendário varejista em 2010, a data se consolidou como uma das principais do setor, ganhando relevância especialmente com a ascensão do e-commerce e o apelo das promoções.

Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o impacto da digitalização tem sido decisivo. “A facilidade de comparação de preços on-line e o forte apelo promocional fizeram da Black Friday uma das datas mais expressivas do calendário varejista, sobretudo nos canais digitais”, afirma Tadros. Em 2020, com o impulso do consumo on-line durante a pandemia, a data registrou o maior crescimento anual desde sua criação.

Eletroeletrônicos e móveis lideram as vendas

Em 2024, os segmentos de móveis e eletrodomésticos, assim como o de utilidades domésticas e eletroeletrônicos deverão concentrar cerca de 46% das vendas previstas, somando R$ 1,23 bilhão e R$ 1,18 bilhão, respectivamente.

Outros ramos com destaque são o de vestuário, calçados e acessórios, que deve movimentar aproximadamente R$ 1 bilhão, e o de hiper e supermercados, com expectativa de faturamento de R$ 960 milhões.

Desafios econômicos e estratégias de importação

Apesar do otimismo, a Black Friday deste ano enfrenta desafios econômicos. A taxa de câmbio, que iniciou o ano em R$ 4,89, chegou a R$ 5,77 em novembro, encarecendo produtos importados. Além disso, a taxa média de juros para pessoas físicas ainda se mantém elevada, dificultando o crédito para compras de bens duráveis. Para o economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes, a macroeconomia é um obstáculo. “A flexibilização recente da política monetária trouxe algum alívio, mas o crédito ainda é um fator restritivo, especialmente para bens de maior valor agregado”, pontua.

Apesar dessas dificuldades, o varejo está apostando em uma expansão de vendas de produtos importados para a Black Friday, com um aumento de 22% nas importações de bens de consumo duráveis e semiduráveis entre agosto e outubro de 2024, totalizando US$ 205,49 milhões, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Potencial de descontos e expectativas dos consumidores

O levantamento da CNC monitorou as variações de preços dos itens mais buscados na Black Friday, nos últimos 40 dias. Cerca de 55% dos produtos analisados apresentaram tendência de redução de preços, especialmente ventiladores e tênis femininos, que registraram quedas de até 15% e 13%, respectivamente. Em contrapartida, itens com alta procura, como ar-condicionado e televisores, mantiveram os preços estáveis, com poucas variações.

“Pela metodologia da CNC, os itens com maior potencial de desconto são aqueles que já apresentavam uma queda de preços consistente antes do evento”, explica Bentes. Produtos com preços estáveis ou em leve alta são considerados de baixo potencial de desconto.

Desde 2010, a adesão dos diversos setores do varejo à Black Friday tem se intensificado. Inicialmente, apenas os segmentos de móveis, eletrodomésticos e livrarias participaram. A partir de 2017, o ramo de vestuário entrou de forma definitiva, consolidando a data como uma das mais importantes para o varejo brasileiro.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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