Banco Central aprova convenção com normas para registro de duplicatas

Banco Central aprova convenção com normas para registro de duplicatas

Decisão pode abrir caminho para novos modelos de crédito para micro e pequenos empresários

Um dos principais desafios das micro e pequenas empresas (MPEs) no Brasil é o acesso ao crédito. A decisão do Banco Central de aprovar a convenção que regulamenta o registro eletrônico de duplicatas é vista como um marco importante por especialistas. Segundo Rafael Caribé, CEO da Agilize Contabilidade, a medida tem potencial para transformar o cenário financeiro para os pequenos negócios.

“Estamos falando de uma mudança estrutural. O registro eletrônico das duplicatas não só aumenta a transparência para as instituições financeiras, mas também ajuda as empresas a construir um histórico de crédito mais sólido. Isso é fundamental para os empreendedores que dependem de crédito para crescer, mas que muitas vezes ficam de fora dos processos tradicionais por falta de garantias ou histórico de relacionamento com os bancos”, analisa Caribé.:

O que é a duplicata estrutural

A duplicata escritural é um título de crédito que representa uma transação entre duas partes – sacador e sacado. Com o novo sistema eletrônico, será possível registrar essas transações de forma centralizada, eliminando o risco de fraudes que ainda impede muitos bancos de aceitarem as duplicatas como garantia.

“Sem esse sistema, as duplicatas são vistas como um instrumento arriscado por muitas instituições financeiras. Agora, elas passam a ser um ativo confiável, o que pode destravar bilhões de reais em crédito para pequenos negócios”, destaca o CEO.

Além disso, Caribé explica que o impacto não será sentido apenas no acesso ao crédito. Segundo ele, o registro das duplicatas também pode influenciar na negociação de melhores condições de financiamento. “Com as duplicatas registradas, os bancos terão mais segurança, o que pode resultar em juros menores para as empresas. Isso é um divisor de águas, especialmente em um país onde o custo do crédito ainda é uma barreira significativa para os pequenos empreendedores.”

O que muda com a decisão do Banco Central

A implementação do sistema será gradual, começando pelas empresas de maior porte. As registradoras terão 120 dias para entregar os manuais técnicos, e empresas com faturamento acima de R$ 300 milhões anuais serão as primeiras obrigadas a registrar suas duplicatas. Para as pequenas empresas, a obrigatoriedade virá em uma segunda etapa, mas Caribé reforça que elas já podem começar a se preparar.

“As empresas menores devem ver isso como uma oportunidade de se antecipar. Registrar duplicatas de forma voluntária desde o início pode ser uma estratégia para mostrar ao mercado e aos bancos que estão organizadas financeiramente, o que, por sua vez, abre portas para acesso a crédito com mais agilidade e melhores condições”, sugere.

Efeitos práticos para as empresas

Com um mercado de duplicatas que movimenta cerca de R$ 11 trilhões anualmente, a expectativa é que a nova regulamentação tenha efeitos significativos na economia brasileira. “Esse movimento não é apenas uma adequação tecnológica; ele representa um novo capítulo para as MPEs no Brasil. A aprovação da convenção é um passo crucial para democratizar o crédito no país”, finaliza Caribé.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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