Carne e tomate aceleram a inflação para 4,76% no acumulado em 12 meses
Inflação voltou a subir no Brasil e segue acima do que era previsto pelos economistas para o fim de 2024
A inflação continua em alta, superando as expectativas para 2024. Como consequência, os consumidores brasileiros enfrentam aumentos significativos nos preços de diversos setores, especialmente na alimentação.
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação acumulada nos últimos 12 meses atingiu 4,76%. No segmento de alimentação e bebidas, os preços das carnes (5,81%) e do tomate (9,82%), foram os que registraram os maiores aumentos.
De forma geral, o custo dos produtos está mais elevado, reduzindo o poder de compra da população. Diante desse cenário, muitas famílias estão em busca de alternativas para equilibrar o orçamento e evitar dificuldades no final do mês.
Quanto aumentou a carne nos últimos 12 meses?
O aumento de 5,81% no preço das carnes foi causado por variações em cortes como acém (9,09%), costela (7,40%) e contrafilé (6,07%). Esse movimento está entre os principais fatores que influenciaram a inflação no setor de alimentação.
Especialistas atribuem essa alta ao aumento no custo do gado, que alcançou o maior patamar das últimas três décadas. A seca que afeta a pecuária em diversas regiões também contribui para a limitação na oferta.
Desde setembro, o preço da carne acumula um aumento de quase 9%. Com as mudanças climáticas e o crescimento das exportações de animais, a tendência é de que os preços continuem subindo.
Previsão do IPCA acumulado para 2024 sobe para 4,71%
A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao final de 2024 foi revisada para 4,71%, acima dos 4,63% projetados anteriormente. O valor supera o teto de 4,50% previsto pelos economistas brasileiros.
A inflação aumenta quando a quantidade de um determinado produto não cresce na mesma proporção que a demanda. O aumento do dólar, por exemplo, pressiona o índice, pois dificulta as importações e a oferta de diversos produtos de outros países.
Além disso, a crise climática e o aumento dos gastos públicos são apontados como fatores centrais para a revisão das projeções. Em novembro, o governo federal anunciou medidas para conter despesas e tentar equilibrar o orçamento a longo prazo.
Taxa de desemprego cai para 6,2%
Por outro lado, o desemprego apresentou queda, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa ficou em 6,2% entre agosto e outubro, uma redução de 0,6 ponto percentual em comparação com o trimestre anterior.
O levantamento também aponta que 103,6 milhões de brasileiros estão ocupados, um recorde histórico. No setor privado, o número de empregados chegou a 53,4 milhões, enquanto no setor público atingiu 12,8 milhões, os maiores valores já registrados.
31% dos brasileiros buscam renda extra para segurança financeira
Apesar da redução no desemprego, a alta da inflação e as incertezas na economia têm levado muitos brasileiros a buscar uma renda extra. De acordo com uma pesquisa da Hostinger, 31% das pessoas com esse objetivo querem maior segurança financeira. Outros 26% dos que trabalham com renda extra querem complementar os ganhos no fim do mês e 25% almejam realizar um sonho pessoal.
Atividades como serviços autônomos e venda de produtos e serviços no ambiente digital, por exemplo, ganharam espaço como alternativas. Outras motivações podem incluir o pagamento de dívidas e a realização de metas pessoais.
Para 2025, a projeção do IPCA também subiu nos últimos dias e está em 4,40%. Nos próximos meses, as previsões podem mudar novamente, e vale ficar de olho no mercado financeiro para evitar surpresas no orçamento.